Dia do Professor e o desafio do Consumo Consciente

Será mera coincidência que o Dia do Consumo Consciente foi criado para ser celebrado na mesma data que o Dia do Professor?

 

O Dia do Professor teve sua origem em 1947, consagrado pelo Decreto Federal 52.682 em 1963, o Dia do Consumo Consciente foi criado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2009. Entre as razões e o tempo de criação que separam uma e outra celebração, cabe-nos refletir, qual o proveito devemos tirar? Afinal, o dia 15 de outubro, por tradição, é dedicado ao manifesto de reconhecimento aos mestres que dedicam suas vidas à arte de educar.

 

Um professor deve ensinar o aluno a pensar, deve mostrar a ele diferentes caminhos, deve sugestionar novas perspectivas, deve incentivá-lo a vencer desafios, a ser tolerante com suas próprias limitações e a dos outros também, mas sobretudo, apoiá-lo a promover mudanças! E em matéria de consumo é de mudança que precisamos!

 

Falar em consumo consciente é falar em mudança de padrão de comportamento. Cumpre-nos destacar quão importante é que seja promovida a educação para o consumo sustentável, os professores, pais e educadores devem se esforçar no intuito de despertar a consciência de crianças e jovens consumidores sobre as questões socioambientais que os atuais padrões de consumo estão causando.

 

Para consumir de maneira diferente acabamos caindo na regra do menos, ou seja, escolher produtos que causem menos degradação, menos desmatamento, menos perda de biodiversidade, menos poluição, enfim, menos impactos ambientais. Em contrapartida, consumir de maneira consciente e sustentável, implica mudar hábitos que terão como consequência: mais qualidade de vida, mais alegria, mais compreensão, mais cidadania e mais liberdade!

 

Mas, por onde começar? Que tal iniciar uma nova fase perguntando-se: de onde veio? Para onde vai? Legalmente somos responsáveis para dar destino socioambiental adequado a tudo o que consumimos. Aliás a decisão do quê consumir, também é NOSSA! Podemos começar adotando pequenas práticas em casa, que tal abrir a janela pela manhã e deixar para usar o ar condicionado à tarde? Substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes, e lembre-se, não descarte-as como “lixo” elas contêm mercúrio, consulte o fabricante para saber que destino deverá dar a elas. Abra as cortinas e persianas, pinte as paredes com cores claras, assim haverá maior luminosidade e menos necessidade de acender as luzes.

 

Quem é o Senhor? A TV, o computador ou VOCÊ? Se é você, então assuma o controle e aprenda a desligá-los com maior frequência. Somos bombardeados com propagandas pró-consumo, que nos envolvem e nos convencem a acreditar que “precisamos” comprar aquilo que é anunciado. Como se aquilo que é essencial para nossa vida precisasse de propaganda.

 

Use pilhas recarregáveis, ao invés daquelas que podem ser descartadas e quando jogados no lixo comum, podem contaminar solo e recursos hídricos. Faça assinaturas de revistas e jornais comunitárias...compartilhe a carona para o trabalho ou escola. Em festas e reuniões use menos descartáveis, na decoração, use menos balões e lembrancinhas.. que certamente serão jogadas no lixo, ou esquecidas, use decoração reutilizável, o sucesso da festa deve ser a alegria das pessoas e não a quantidade de lixo e desperdício que fica depois.

 

O melhor brinquedo para seu filho é você! Brinquedos com pilhas brincam sozinhos. As crianças devem ser presenteadas com brinquedos que estimulam a criatividade, instigam o raciocínio e permitam a interação.

 

Usar o que está na “moda” e renovar o guarda-roupa a cada vez que termina uma novela é insano! Compre roupas e sapatos em brechós, reforme, customize. Desenvolva sua criatividade, permita-se criar o seu estilo, inove, sinta-se realmente original! Quando não quiser mais alguma peça, desapegue-se, doe!

 

Liberdade é saber dizer não! Desconfie da origem do produto, investigue e se suspeitar da exploração da mão de obra infantil ou trabalho análogo à escravidão, não compre!

 

A sustentabilidade pressupõe a generosidade e a sociedade atual (as pessoas...nós!) precisa de mais luz, menos descartáveis, menos moda e mais originalidade!

 

 

Liliane Borges é especialista em Direito do Consumidor

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