Do outro lado da ponte

A ponte de Porto é muito mais do que um amontoado de ferro e concreto, ela representa o anseio de desenvolvimento regional, que nesse momento precisa de atenção técnica e as pessoas de soluções

Recentemente, os meios de comunicação trouxeram ao conhecimento dos brasileiros grandes tragédias: de Brumadinho em Minas ao CT do Flamengo no Rio de Janeiro, surgem muitas perguntas e poucas respostas. Tal situação desperta um mix de sentimentos nas pessoas, desde a indignação pela ineficiência dos órgãos fiscalizadores, até a solidariedade e compaixão com a dor do próximo.

 

Em destaque as palavras da procuradora Geral da República, Raquel Dodge, na abertura da reunião do conselho superior do Ministério Público Federal, na sexta-feira, 8: “Estamos vivenciando uma sucessão de fatos e desastres evitáveis e preveníveis”.

 

Nesse aspecto conceitua-se a interdição da ponte de Porto Nacional, na qual é inquestionável a falta de segurança para a trafegabilidade das pessoas. Sua estrutura física encontra-se em visível desgaste e precariedade, entretanto, temos que ponderar o outro lado da ponte.

 

Aquele que é o principal acesso das cidades circunvizinhas ao Hospital Regional de Porto Nacional, que atende as demandas médico-especializada, além das urgências, e emergências da região. A ponte que escoa a produção agrícola, que encurta distâncias, reduz o valor de frete e simplificada a logística de transporte dos alimentos que chegam a nossa mesa.

 

Ela também permite que os aposentados, pensionistas, trabalhadores e tantas outras pessoas tenham acesso aos serviços bancários, haja vista que o Distrito Pinheirópolis, Brejinho de Nazaré e Fátima não possuem agências bancárias. Do outro lado da ponte, têm estudantes que trafegam diariamente por ela na busca incessante por um futuro melhor.

 

Nesse cenário temos portuenses, brejinhenses, fatimenses e tantos outros tocantinenses que aguardam os olhos do poder público direcionar-se para estas demandas e apresentar uma solução viável, e que não enseje em mais uma despesa para os nossos bolsos.

 

A ponte de Porto Nacional é muito mais do que um amontoado de ferro e concreto, ela representa o anseio de desenvolvimento regional, que nesse momento precisa de atenção técnica e as pessoas de soluções práticas, porque do outro lado da ponte ainda existe esperança.

 

Tayane Carvalho é advogada e vereadora de Brejinho de Nazaré.

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