Ao assumir o cargo de prefeita em abril de 2018, adotei como condição primeira, ser referência como mulher no quesito gestora pública. Trouxe comigo outras mulheres para somar à tarefa de comandar o destino da nossa jovem capital. Para mim, neste contexto, cada conquista, menor que seja, já representa um grande avanço. Carrego comigo a preocupação com o machismo estrutural, um comportamento que afeta a família, o trabalho, homens, mas principalmente as mulheres, que ainda são vistas como alguém de capacidade inferior, e que precisa de uma autorização superior, de um homem, para validar a atitude de uma mulher.
Infelizmente vemos esse comportamento ser praticado até mesmo por outras mulheres, que tentam desqualificar uma igual em nome de um comportamento mesquinho e doentio. Uma das maneiras que encontrei de lutar contra esse comportamento, foi reforçar a presença feminina em cargos que exigem tomada de decisão.
Acompanho de perto os avanços conquistados pelas mulheres, não só na política, mas na vida cotidiana, afinal, muitas de nós, somos chefes de famílias e cabe a nós a responsabilidade de prover e dar o suporte emocional para a família. Parafraseando Gil e Caetano: “É preciso estar atentA e forte”. Sim! É necessário olhar com atenção e defender com afinco a ampliação dos nossos espaços, nossos direitos, e fortalecer nossas bandeiras. Nesse sentido, temos que reconhecer a conquista das mulheres em cargos de comando no governo central e as mudanças que já pudemos assistir desde 1º de janeiro passado.
É preciso refletir o fato de que, desde a redemocratização, o Brasil elegeu apenas 10 governadoras. Aqui, faço um parêntese e vibro com a vitória nas urnas no último pleito de Raquel Lyra, minha colega de partido e Priscila Krause, do Cidadania, governadora e vice de Pernambuco. Presenciamos, pela primeira vez, uma chapa totalmente feminina ser eleita para governar um estado brasileiro. Outro detalhe interessante é que a disputa, no segundo turno, se deu com outra mulher, Marília Arraes. Ainda no Nordeste, foi reconduzida como governadora do Rio Grande do Norte, a honrosa Fátima Bezerra. Embora sejam dados tímidos, precisamos celebrar nossas vitórias. Digo nossa porque quando uma mulher vence, todas nós vencemos juntas.
Dos 37 ministros empossados recentemente, 11 são mulheres, o maior número de representatividade feminina já registrado, o que por si só, é um grande feito e um grande reconhecimento.
A prévia do Censo 2022, do IBGE, revela que a população brasileira é majoritariamente composta por mulheres, com 52% de mulheres e 48% homens. Somos também a maioria do eleitorado, mas, infelizmente a minoria eleita.
Meu desejo neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, data que simboliza nossas lutas, é que as mulheres assumam cada vez mais o papel de protagonistas que também lhes pertence, e que possamos vencer os estereótipos e ampliar a nossa voz e vez perante toda a sociedade.
Cinthia Ribeiro
Prefeita de Palmas
Presidente Estadual do PSDB-TO
Vice-presidente de Relações Institucionais da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)
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