O maior escândalo eleitoral das últimas eleições no Estado, localizado no Município de Palmeiras do Tocantins, está pautado para julgamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), para a manhã desta segunda-feira, 02, em Palmas. Até aí seria uma notícia comum, se antes mesmo do resultado do julgamento, os moradores de Palmeiras não estivessem organizando uma caravana para ir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Brasília, pedir uma rigorosa investigação sobre o comportamento dos Desembargadores do TRE-TO.
De acordo com o presidente do Movimento Voto Livre, o professor, Elfo de Sousa que está mobilizando a população, “é injustificável e inadmissível, que antes do julgamento do RCED e da Aije no TRE, pautado para o último dia 27 de agosto, o réu, prefeito Evandro Pereira de Sousa (PT), já tivesse informações privilegiadas com 24 horas de antecedência, de que o tão esperado julgamento seria adiado para o dia 02 de setembro, como de fato o foi. A cidade toda já sabia, mas ninguém acreditava. Como o réu poderia ter essas informações antecipadamente?” Questiona o professor.
Desconfiado da confirmação do que seriam boatos do adiamento do julgamento nesse primeiro episódio, o professor Elfo diz que dessa vez não pode ficar inerte esperando que tudo venha se confirmar novamente, haja vista que, já corre à boca miúda na cidade, que “o prefeito anda debochando da população, dizendo que já tem quatro dos sete desembargadores, a seu favor”.
Embora a advogada Silvia Borges, não creia que a Justiça Eleitoral seja corrupta e acredite que na condenação do réu à perda do mandato e a oito anos de inelegibilidade, ela também confirma a desconfiança da população, na Justiça, diante da boataria.
“São graves demais as acusações que pesam contra o prefeito empossado para que eu possa acreditar na absolvição do Prefeito, apesar dele ter sido empossado sob efeito de liminar, diga-se de passagem, de surpreendente rapidez, mesmo havendo decisão judicial contra a sua posse”, enfatiza a advogada. “Ainda assim, eu quero acreditar na coerência da Justiça”, destaca!
Para o professor Elfo, o TRE não pode ignorar tamanho escândalo criminoso. “Basta que se recorde que a prisão do candidato a prefeito, no dia da eleição, foi em flagrante compra de votos, na fila de votação de um assentamento rural e a prisão foi autorizada pela promotora Cynthia Assis de Paula, que naquele momento, se encontrava no local de votação, fiscalizando, quando o candidato foi denunciado e ele só foi liberado, mediante fiança”, recorda.
“Como se não bastasse esse fato contundente contra o empossado ”prefeito”, ele próprio declarou em juízo, que durante o período eleitoral a administração do seu tio, o ex-prefeito, Anissé Alves de Souza (Zé Ademar) contratou 130 servidores. E observe que a diferença nas eleições, foi de apenas 100 votos. Além do mais, durante os oito anos de administração do tio, o candidato empossado sub-júdice foi o gestor do Bolsa Família e presidente permanente da Comissão de Licitação, cujas ações estão sendo investigadas pelo Ministério Público Estadual e também o Federal, de acordo com a origem dos recursos públicos recebidos”, acrescenta o presidente.
“Eu acredito que toda a administração anterior, da qual, Evandro Pereira de Souza fez parte, foi voltada para beneficiá-lo eleitoralmente, inclusive, há investigação de casos de pessoas que jamais se enquadrariam como candidatos ao Bolsa-Família, mas teriam se beneficiado”, finaliza o professor.
Sobre a morosidade do TRE no julgamento desse processo, o deputado federal Cesar Hallum proferiu pronunciamento na tribuna da Câmara Federal no dia cinco de junho deste ano, quando cobrou agilidade do TRE, uma vez que, naquela época, 46 cidades já tinham feito realizar eleições suplementares, por que tiveram seus prefeitos eleitos cassados por decisão judicial, mas nenhuma no Tocantins, como o T1 notícias repercutiu no dia seis de junho.
Se não houver nenhum pedido de vistas para postergar o julgamento, dando sobrevida ao “prefeito” no cargo, nesta segunda-feira, essa longa novela chegará ao fim. Espera-se, apenas, que o desfecho seja realmente justo, porque se faz necessário sepultar os vícios do passado, no passado.
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