Junto com o crescimento da população evangélica no estado do Tocantins, veio a organização do segmento no que diz respeito a eventos e programações direcionados para o público. Atualmente as igrejas evangélicas no estado possuem um contingente superior a 320 mil fiéis, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IBGE. Em Palmas já são mais de 75 mil crentes distribuídos em várias denominações.
Visando promover um ambiente de confraternização, estudos bíblicos, adoração, louvor e comunhão, as igrejas evangélicas em várias cidades do estado realizam no período do carnaval diversas programações. São retiros, congressos e outros eventos para atrair o público, que visando se distanciar do barulho da folia do carnaval, buscam através do crescimento na fé, momentos de refrigério e introspecção na presença de Deus.
Na capital, várias eventos já se tornaram tradição nesse período, a exemplo do COMADEC em Taquaralto que neste ano celebra sua 20ª edição, o Congresso da UMADEP nas Arnos que terá sua 12ª realização, o EMEP e muitos outros.
Gerou repercussão em redes sociais, a decisão do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que após ressuscitar o carnaval de Palmas, optou por dizer não às igrejas evangélicas que solicitaram apoio da prefeitura para realizarem seus eventos.
No entendimento de Amastha, não seria correto apoiar ações isoladas, preferindo antes, a realização de dois shows gospels, usando a mesma estrutura que será disponibilizada às bandas que farão a animação do carnaval propriamente dito. A atitude do prefeito teve aprovação de pessoas que também defendem a ideia de uma ação mais ecumênica.
Pois bem, penso ser pertinente ponderar que as atividades religiosas no feriado carnavalesco, não tem o único objetivo de promover momentos de diversão e cânticos, como os shows proporcionam. Os encontros realizados pelas igrejas têm objetivos que vão além da distração. Talvez não seja do conhecimento de algumas pessoas, mas a ideia da programação é contribuir para a construção do conhecimento bíblico, a evangelização, e oferecer às pessoas uma alternativa diferente do que o carnaval propõe. São momentos de louvor e adoração, sim, naturalmente, mas muito mais que isso. São oportunidades de pessoas encontrarem em Deus, a solução de muitos problemas, deles que até já se tornaram problemas de ordem pública, como é o caso do desenfreado tráfico e consumo de drogas, e, que, o poder público tem nas igrejas, um aliado no combate a essas mazelas sociais.
Todo respeito à decisão de sua excelência, o prefeito, mas é justo colocar que não são ações isoladas e, sim, ações conjuntas em locais e com cronogramas diferentes. Estamos em uma cidade muito dispersa e sem estrutura adequada para grandes eventos. Fazer um show gospel é fácil, porém, não é apenas isso que se propõe. Deixar de apoiar eventos que vêm sendo realizados há vinte anos para criar um evento paralelo – a proposta dos shows – não creio ser uma medida feliz. Afinal, será que os líderes e o povo evangélico foram consultados para se chegar a essa conclusão, ou o prefeito decidiu sozinho? Estamos em uma democracia e, nela, o diálogo é sempre a melhor forma de se chegar a um consenso.
Com ou sem apoio da prefeitura, as igrejas deverão fazer seus eventos, como sempre fizeram, e esperamos que isso contribua com o bem estar social de nossa cidade, e que longe da folia, muitos se sintam mais perto de Deus. Este é o objetivo principal que esperamos alcançar.
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