Há tempos, pedi a um político goiano/tocantinense que me ensinasse a fazer política. Instantaneamente, ele me respondeu com uma metáfora que nunca esqueci:
— Você é geógrafo, correto?
— Sim, sou geógrafo.
— Pois bem, a política se aprende como se observa o horizonte do solo: ela é feita de camadas que se sedimentam ao longo dos anos. É preciso vivê-la para aprendê-la.
Essa frase carrego comigo até hoje. E, quando possível, continuo a conversar com esse experiente político que me ensinou que a política verdadeira não se improvisa — ela se constrói com tempo, maturidade e chão.
Observar os últimos vinte dias da política em nossa cidade é testemunhar o quanto falta maturidade a alguns personagens da vida pública que, ao não compreenderem o valor de um “horizonte de solo” em suas trajetórias, se afundam no imediatismo e na vaidade. São coadjuvantes que assumiram papéis centrais por um breve momento e, tomados por uma sede insaciável de poder, sucumbiram diante da fugaz oportunidade de estar ao lado do prefeito Eduardo Siqueira Campos.
O prefeito, por sua vez, passou por dias difíceis — mas foi justamente nesses dias que ele teve o privilégio de reconhecer os inimigos não revelados. O que aconteceu nesse curto intervalo de tempo parece confirmar a velha teoria de Vilfredo Pareto: 80% dos efeitos vêm de 20% das causas.
E agora, com sua popularidade intacta e respaldado pelo povo, Eduardo Siqueira Campos tem a autonomia de fazer exatamente o que o povo deseja com relação àqueles que se revelaram como traidores do projeto que foi eleito democraticamente.
A esses, que se revelaram adversários, restará sentar-se no banco da igreja — que tolda a própria presunção — e orar ao Deus em que acreditam, para que encontrem um novo caminho. Mesmo que seja o largo, que leva onde ninguém deseja estar (cf. Mateus 7:13-14).
Ao meu prefeito — sim, meu prefeito, pois o elegi com esperança de dias melhores para minha cidade — desejo que, com a sabedoria de sua trajetória política, prevaleça a justiça e a firmeza descritas em Mateus 25:41. Que governe de forma republicana, com serenidade, e que os votos que lhe foram confiados se revertam em um governo histórico, digno do legado de aprendizado e dedicação herdado de seu pai.
A, sim. é bom lembrar que, na história, cada um tem seu papel. E o papel de Siqueira Campos foi o de construir os primeiros ícones da nossa jovem capital. Palmas nasceu de seu gesto político, de sua visão estratégica, de sua capacidade de enxergar além do presente. Por isso, repito com convicção o jargão que o tempo eternizou: FOI SIQUEIRA QUEM FEZ. Porque foi ele mesmo quem fez!
Quanto aos que hoje se tornaram algozes de si mesmos, que sejam, o quanto antes, esquecidos e alijados da vida pública. Não por vingança, mas por justiça — pela falta de lealdade, pela infidelidade aos votos que receberam e que deveriam ter honrado junto a Eduardo Siqueira Campos e ao povo de Palmas.
Witer Fonseca Naves é Professor de Geografia Política, observador atento da vida política palmense e eleitor de Eduardo Siqueira Campos; Naves é Doutorando em Geografia pela UFG, com enfase em Produção do Espaço Urbano de Palmas, Professor de Geografia Política e com mestrado em Geografia Eleitoral. É também membro do OPTE - Observatório de Políticas Territoriais e Educacionais -UFT e do LEPPEM/ Laboratorio de Estudos Políticos e de Pesquisa da Metrópole -UFRRJ e é professor a 32 anos.
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