IGEPREV: onde foi parar o dinheiro dos aposentados?

Em artigo, a deputada estadual Luana Ribeiro discute o rombo no Igeprev...

No Brasil, são mais de 24 milhões de aposentados. No Tocantins, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são 78 mil. Num país onde cresce cada vez mais o número de idosos, todos os aposentados e pensionistas merecem nosso respeito. O suor, fruto do trabalho de anos é sagrado.  E depois de uma contribuição inegável para a economia brasileira, nada mais justo que o descanso.   

Hoje, os aposentados somam uma parcela importante – e cada vez mais numerosa - da população brasileira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 o número de idosos no país deve quadruplicar. Atualmente são 14,9 milhões, com previsão de 58,4 milhões em 50 anos. Ainda de  acordo com o IBGE, o Tocantins é um dos únicos estados da região Norte com alta taxa de idosos. Mais de 9% da nossa população tem mais de 60 anos, enquanto crianças representam 7, 6%.

Com o aumento da população da melhor idade, antigos problemas deverão se agravar nas próximas décadas. O principal deles, conforme apontam os especialistas, é a nossa política previdenciária. É preciso atenção redobrada para que não haja um colapso financeiro.

Para este ano, a expectativa é de um déficit de R$ 41,8 bilhões na previdência nacional. No Tocantins, segundo informações de economistas, esse índice é de R$ 5,5 bilhões. Significa dizer que se todos os servidores estaduais em exercício no Estado fossem se aposentar hoje não haveria recursos suficientes para pagar o benefício.

Como se não bastasse o risco que os trabalhadores do Tocantins correm de ficar sem a aposentadoria, ainda precisam conviver com a falta de informação sobre o rombo de quase R$ 500 milhões no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (IGEPREV) devido a aplicações irregulares dos gestores.

Onde foi parar o dinheiro dos aposentados? Essa é a pergunta que nos fazemos. Atônitos, vemos as notícias sobre a Operação Miqueias, da Polícia Federal, que denunciou um suposto esquema  de corrupção no IGEPREV. Indignados, assistimos à queda do presidente do Instituto, mas ainda não sabemos o que foi feito dos valores retirados dos cofres públicos e nem temos a punição dos responsáveis.

Cumprindo meu papel de fiscalizar as ações públicas, assinei para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as aplicações do IGEPREV, que deverá ser iniciada ano que vem, tão logo terminem os trabalhos da CPI da Telefonia. Assim, teremos poder de polícia para investigar as contas e responsabilizar os envolvidos. O Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público  garantiram que investigarão o Instituto. Mas isso ainda é pouco, diante da gravidade dessas denúncias.

Precisamos do apoio da população e, principalmente, dos servidores públicos. Estes últimos podem ser diretamente prejudicados, já que não há garantias de recursos disponíveis para pagar as aposentadorias.

Precisamos todos cuidar do nosso amanhã. A nossa Previdência está no vermelho e não há segurança de que nossos idosos terão assegurado o direito à aposentadoria digna. Saúdo a todos os aposentados, mas lamento profundamente que neste dia 8 de novembro tenhamos que conviver com uma situação como esta em que passa o IGEPREV: sangrando e sem perspectivas.

 

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