Em junho de 2013 o Brasil acordou, a população iniciou uma onda de protestos no Brasil, uma forma em que os brasileiros encontraram para reivindicar contra o aumento das passagens de ônibus em todo o país e pedir aos governantes melhorias nas áreas de saúde e educação, com os gastos públicos em grandes eventos esportivos internacionais, a má qualidade dos serviços públicos e a indignação com a corrupção política em geral. Atos semelhantes rapidamente começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil e do exterior.
Os protestos ganharam grande apoio popular após a forte repressão policial contra as passeatas, levando grande parte da população a apoiar as mobilizações. Foi a maior mobilização no país desde as manifestações pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello em 1992, e teve aprovação de pelo menos 84% da população.
A morte do cinegrafista da TV Bandeirante, Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, atingido por um rojão no momento em que exercia sua função na cobertura de uma manifestação contra o reajuste das passagens de ônibus, no centro do Rio de Janeiro, representa um ataque à liberdade de informação e às instituições democráticas.
Tais comportamentos brutais como este que vitimou o profissional de imprensa, invadem a autonomia, ferem a integridade física e psicológica, matam pais e mães de família e tiram o sossego de quem quer apenas protestar.
O Brasil é o quarto país no mundo mais perigoso para jornalistas, segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ). O ranking, divulgado em 2013, considera as mortes ocorridas entre 1992 a 2013. Segundo o CPJ, 1.041 jornalistas foram mortos no mundo desde 1992. Os jornalistas que divulgam informações sobre política, guerra e corrupção são os mais perseguidos. E os principais responsáveis são grupos políticos, oficiais do governo e grupos criminosos. Em 88% de todos os casos, nenhuma medida judicial foi tomada.
Logo após a onda de protestos em 2013, foi criado o Projeto de Lei Nº 499/2013 de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que tipifica crimes de terrorismo e pode ser votado em caráter de urgência no Senado Federal. Segundo o texto, a pena aplicada ainda pode ser acrescida de um terço, no caso de o acusado usar fogo, explosivos, arma química biológica, ou qualquer outro meio de destruição em massa ou em transporte coletivo.
Os passageiros de ônibus são as principais vítimas do vandalismo. Além do prejuízo financeiro que atinge as empresas, acaba custando no bolso de cada passageiro, tendo em vista que sua reposição passa a fazer parte da planilha de preço da passagem. Sendo assim, o prejuízo será socializado entre todos os usuários. Sem contar o risco a que os passageiros, motoristas e cobradores ficam expostos.
“Acho que não tem justificativa queimar o ônibus para se manifestar. Apoio as manifestações pacíficas, pois as instituições democráticas são inegociáveis, mas você não tem que prejudicar as outras pessoas para manifestar um desagrado ou uma sensação de injustiça”, afirma o deputado Angelo Agnolin.
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