Estava ali, conversando um dedo de prosa com minha querida mãe. dona Joaninha Pereira, nos alto dos seus 73 anos, que descansava solenemente numa rede na varanda, enquanto eu tentava explicar a ela a lógica das Eleições no nosso Estado.
Moradora de Porto Nacional-TO, ela me questiona sobre os candidatos ao governo do Estado. E declara, de forma, tranquila e serena; " Não votarei mais". Então começou a falar de como a politica mudou, de uns anos para cá, pois na sua época , em que era uma pessoa ativa e jovem, as pessoas entravam para politica pelo seu prestigio dentro da sociedade, pela sua retidão, pelo fato de ser um homem de bem e que tinha um sentimento de coletividade.
E voltamos a falar sobre os nossos candidatos ao governo, onde fizemos um raio x nada agradável. Um, é candidato do governo, governo que saiu de fininho sem se despedir do seu povo, e o seu sucessor caiu de para-quedas forjado pelas Eleições Indiretas, sem popularidade, depois da renúncia, pelas portas do fundo, do governador Siqueira Campos.
O outro, vem de um processo de cassação por compra de votos ( tudo indica que já cumpriu a sua pena), mas ainda está com as contas reprovadas pelo tribunal, mas pelas pesquisas, caso consiga manter a sua elegibilidade, será campeão de voto, ( me parece que o povo o vê como o injustiçado).
já um terceiro, um empresário milionário, que por desígnio de Deus,segundo ele, ganhou um cargo na senatória (mas eu acho que foi pelo financiamento de campanha, virou suplente), e pelo pouco discurso que tive a oportunidade de vê-lo falando, estava assustado com a pobreza do nosso estado, principalmente no bico do papagaio. Dá a impressão que antes só conhecia o estado pelo alto,de jatinho.
Enfim, na cabeça da minha mãe, está uma decepção danada, e olha que ela acompanha os noticiários todos os dias, seja pelo radio que é um companheiro no dia a dia, seja pelos noticiários da tevê, ou pelos comentários do meu pai, que lê jornais assiduamente.
Mas na cabecinha dela, os políticos, à principio, deveriam ser honestos e zelar pelo povo e pelo bem público. O duro e ela entender que o que temos são esses dai. È o que sobrou depois de todos os acordos e negociatas, e olha que nem conversamos ainda sobre os candidatos ao senado e à Assembleia Legislativa.
Quando tentei explicar pra ela que o Donizeth do PT, hoje é suplente da senadora Katia Abreu, ( que deixou o grupo de siqueira campos e foi para o PMDB, mas representava a bancada ruralista e do agronegócio no senado e sempre foi contra o PT, chegar ao poder, ela ficou pensativa e disparou: " È meu filho não vou votar mais não. Antes votávamos por que acreditávamos nas pessoas, na palavra dita, no aperto de mão e no olhar sincero. Hoje só se fala em politico ficha suja e que estão cada vez mais ricos. Estou cansada". e foi logo virando se para o lado, na rede, reclamando das dores de reumatismo que adquiriu ao longo dos anos.
Pensei. È doido mesmo, mãe, realmente estamos cansado mãe, de falcatruas, de acordos feitos na calada da noite, de negociatas, de discursos com efeitos apenas de marketing eleitoreiros, de conchavos políticos, do jeitinho brasileiro, de de ver o dinheiro público se escoar pelo ralo da corrupção (o caso Igeprev é emblemático), de ver políticos mudando de partidos sem nenhum escrúpulo, deixando de lado a ideologia, para atender seus interesseis pessoais. De famílias se perpetuando no poder.
E olha que somos um estado jovem com apenas 25 anos, que já teve um governador cassado e duas Eleições indiretas, para atender a interesses de grupos políticos. A verdade, é que minha mãe, aos 73 anos de idade, professora aposentada, não mudou com seus princípios, continua lúcida, com sua retidão, seria e honesta. Já os políticos do nosso Estado.......
Marcio Greick é jornalista e filho da dona Joaninha
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