Complementando algumas análises já postas quero fazer uma reflexão nos seguintes pontos: os recentes acontecimentos políticos partidários no Tocantins estão ferindo os princípios democráticos, os exemplos de PMDB, SDD e PPS, sem falar em tentativas com o PSB, vem trazendo instabilidade politica para todos os partidos constituídos, já pensou se vira moda? Indicação via Executiva Nacional? Para que então estatuto partidário? Para que serve os convencionais? Se tudo se resolve de cima para baixo!
Fica claro que estas jogadas de bastidores, tem cunho pessoal, com requintes ditatoriais. Se a Senadora Kátia Abreu, por exemplo, tivesse realmente interesse ideológico pela bandeira histórica e de lutas do PMDB, ela deveria começar valorizando o exercício democrático do dialogo com a base. Acredito que ela não deveria continuar “valorizando” os preceitos partidários do PSD. Partido que ela segurou no bolso do seu colete e que mantem literalmente uma ligação umbilical.
Resta saber como reagiria a Senadora Kátia Abreu e seu filho Deputado Irajá Abreu, se o Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab impusesse a filiação com todas as pompas e honras, a convite de qualquer membro do partido, do prefeito Carlos Amastha, por exemplo?
Sobre o problema do PPS com a filiação do Procurador Federal, Mário Lúcio Avelar. Concordo que sua escolha de ingressar ao partido com as bênçãos da Executiva Nacional, com apoio do Ex-governador Paulo Sidnei, poderá não ser vista com bons olhos por toda base do partido. Talvez sua pretensa vontade de ser candidato à majoritária, seria melhor assimilada, se a via escolhida fosse mais democrática.
No PMDB quem detém o comando do diretório é o Deputado Federal Junior Coimbra, que declarou que a Senadora Kátia Abreu é bem vinda ao partido, mas como “soldado” e que para chegar ao posto de candidata, teria que dialogar dentro do Diretório Estadual, que “imposição não acontecerá”, o diretório está legitimamente constituído e numa eventual convenção, o grupo de Junior Coimbra leva vantagem.
O PPS tem a sua frente o Deputado Estadual Eduardo do Dertins. Diferentemente de Junior Coimbra, ele é conhecido por ser bem conceituado por seus pares na Assembleia Legislativa, político habilidoso, articulador nos bastidores, aglutinador, é mais comedido nas decisões, porque gosta de avaliar bem as ações, diferente do pemedebista. Mas vamos lembrar que o PPS também tem um diretório sólido, orgânico e constituído. Nunca é demais saber que gentileza gera gentileza, dialogo gera dialogo, mas arbitrariedade gera revolta.
O fato é que tanto Eduardo do Dertins como Junior Coimbra, estão dispostos a lutar, cada um no seu estilo, por aquilo que plantaram e colheram ao longo de suas vidas públicas. Não deixarão escapar o poder de decisão dos correligionários regionais do partido, neste jogo da sucessão do Palácio Araguaia, em detrimento daqueles que entraram, não pela porta dos fundos, mas chutando a porta da frente.
Resumindo: tanto Kátia Abreu, como Mário Lucio Avelar, chegaram com respaldo da Executiva Nacional, mas quem tem a chave do carro para fazê-lo prosseguir um caminho seguro e sem turbulências para ambos os grupos é Junior Coimbra e o diretório do PMDB; e Eduardo do Dertins e o diretório do PPS.
Luciano Coelho de Oliveira – Pedagogo, Servidor Público Municipal – Analista Politico.
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