O desafio da família e da escola hoje!

O problema grave de desafios propagados entre adolescentes nas escolas, podendo trazer sequelas e risco eminente à vida, é o modismo causado através da internet, por exemplo

Crédito: Da Web

Confesso que ultimamente, vivenciando o chão da escola e como pai, os comportamentos ou brincadeiras perigosas dentro do ambiente escolar tem me deixado inquieto, e tenho voltado minhas energias para o estudo destes fenômenos nas crianças, adolescentes e jovens.

 

“The choking game”, jogo da respiração, “Cutting” ou “automutilação” cortes pelo corpo, “desafio do aerossol”, “queimar a mão” ou colocar “gelo com sal”, são brincadeiras antigas e outras modernas que sempre estiveram presentes no interior da escola. O problema grave de todas elas, podendo trazer sequelas e risco eminente à vida, é a sua propagação midiática com o advento da internet, virando modismo nesta faixa etária. Programas como Pânico na TV e JACK-ASS, que até virou filme, também contribuem com maus exemplos.

 

Como combater? Acredito que este seja o maior desafio da família e da escola. O primeiro passo deve ser dado pelos nossos dirigentes, voltando suas atenções a esta problemática, criando uma rede de prevenção, protegendo ao máximo nossos alunos na escola, através da formação continuada dos profissionais que nela atuam com foco nesta temática. Fortalecer o vinculo familiar com a escola, pois ela “precisa reagir ao observar qualquer processo de sofrimento imposto às crianças e aos adolescentes, o professor que está em contato direto com os alunos tem que olhar com atenção para qualquer forma de sofrimento, observar o corpo, porque muitas vezes, é ele que expressa o sofrimento”. Afirma Ana Maria Borges de Souza (UFSC).

 

Sofrer bullying, problemas com os pais, questões de identidade, depressão, transtorno bipolar, síndrome do pânico, bulimia, anorexia, esquizofrenia, TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo e tantas outras dificuldades pode provocar o transtorno porque o adolescente busca uma forma de liberar a tensão que vive na escola ou fora dela. A escola deve acolher afetivamente esse aluno, demostrar que está disponível para escutar e que pode compreender seus problemas. A conversa deve ser primeiro com o aluno, mostrando que a palavra da criança tem valor na escola. Essa conversa também serve para verificar se existe algum conflito familiar, chamando a família para discutir o problema posteriormente.

 

O teatro, desenho, pintura, literatura, esportes são conteúdos curriculares que precisam ser fortalecidos no ambiente escolar para prevenir e curar estes transtornos comportamentais em nossos alunos. Segundo o Instituto Cuida de Mim, em 2010, havia apenas 800 vídeos disponíveis no youtube sobre estes comportamentos, hoje já passam dos 18.000. O segundo passo como sugestão aos nossos parlamentares do Congresso Nacional seria apresentação de um projeto de lei semelhante ao da França, proibindo a publicação de vídeos com este conteúdo.

 

Finalizo este texto com uma celebre reflexão de Paulo Freire que diz: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humaniza-lo, torna-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

 

 

Professor Luciano Coelho de Oliveira – Pedagogo, Orientador Educacional na Secretaria Municipal da Educação de Palmas. e-mail: coelhopalmas@hotmail.com

 

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