O eleitor quer uma gestão transparente com soluções inteligentes

A poucos dias das eleições municipais tenho assistido aos debates e ao programa eleitoral dos prefeituráveis que estão na corrida por um mandato no paço municipal.  Aproveitei também e dei uma relida em todas as sabatinas feitas pelo Jornal do Tocantins com todos os candidatos.

 

Já no último debate promovido pela TV Anhanguera, os candidatos protagonizaram uma verdadeira “briga de vizinhos”, que em alguns momentos, se alternou com poucas propostas sobre as demandas que uma capital como Palmas tem  exigido,  pelo seu crescimento populacional.

 

A maioria dos prefeitáveis  apresentou em seus planos de governo propostas idênticas  na área  da saúde, educação e transporte, moradia, e no debate deixou de lado temas importantíssimos sem soluções, sem propostas, e se apequenaram apenas em trocar farpas e acusações de quem seria a quadrilha que desejava está no  poder novamente, polarizado o baixo nível entre os dois candidatos que estão à frente das últimas pesquisas, digo às serias. 

 

Na área ambiental foi uma lástima, imagino para quem tem conhecimento na área, não souber discutir os problemas e buscar soluções  na área ambiental de  como construir uma cidade com  sustentabilidade. 

 

Um dos problemas graves que já apresenta conseqüências sérias á população, que não foi discutido, é a escassez de água nas nascentes que abastecem as Estações de tratamento de água, durante o período de estiagem.  

 

O sinal vermelho foi ligado com a falta de um plano de abastecimento de água da capital para os próximos 20 anos ou mais, e de medidas mitigadoras, durante a estiagem, ou uma fiscalização eficiente pelo consumo inadequado da água, a exemplo de abastecimento de piscinas, manutenção de jardins e áreas de lazer, em detrimento do consumo humano e de animais, é um caso grave,  principalmente nas regiões de chácaras.

 

A coleta seletiva dos resíduos sólidos foi tratada de forma rasa, apenas no discurso, sem apresentar nenhum programa de sustentabilidade e educação ambiental que envolva vário parceiros, a população e  os catadores, um dos principais atores neste processo.

 

As  queimadas em áreas urbanas  e na zona rural foram pautas quentes dos veículos de comunicação este ano.  Atualmente não existem ações eficazes  de prevenção e políticas públicas permanentes, no combate às queimadas e nem uma  educação ambiental direta com o homem do campo .  As ações são tardias  e ineficientes seja pela ausência de estrutura ou principalmente pela falta de  vontade política.

 

Na área de mobilidade urbana, a cidade ainda deixa muito  a desejar, pois a cidade foi feita para carros, onde coloca em risco o pedestre, o ciclista, principalmente pela falta de ciclovias nas principais avenidas de transito rápido e  de maior fluxo de carros.

 

Nos palanques alguns candidatos usaram muito o termo “cuidar das pessoas", "fazer uma gestão humana," que na ótica de alguns candidatos, eu e a maioria da população palmense, está desassistida pela atual gestão, tendo como mote, que  Palmas precisa de alguém que cuide das pessoas,  usando como pano de fundo, a exploração econômica  na cobrança do estacionamento rotativo, a cobrança de  taxa abusiva do IPTU, e aplicação de multas de trânsito, que tem deixado as pessoas decepcionadas e desassistidas.

 

Quer dizer que na hora em que eu cometo infrações no trânsito e sou multado, ou deixo de pagar minhas obrigações enquanto contribuinte estaria o poder público me punindo  e deixando de cuidar de mim?

 

Se estamos elegendo vereadores para fiscalizar o executivo e apresentar leis  que tragam  melhorias para toda  população, e um chefe do executivo que deva primar pela legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência  com a coisa pública,  qual seria o nosso papel de  cidadãos neste caso? Não podemos ser tratados como tutelados ou desassistidos!

 

Sinceramente, espero que a época do político de tapinha nas costas, com discursos demagogos, xingamentos em palanques, promessas descabidas e miúdas, esteja sendo deixada no passado e que o eleitor seja partícipe desta mudança e não apenas lembrado, só em épocas de eleições. 

 

Na verdade, no próximo 02 de outubro, eu gostaria que fosse eleito um prefeito e uma câmara de vereadores  que exercessem seus mandatos sem malabarismos políticos, sem excessos de egos e vaidades, sem acordos e negociatas espúrios, e que doassem seu capital intelectual para construir uma cidade inteligente com soluções inteligentes.

 

Marcio Greick- Jornalista e pós graduando em  Ensino/jornalismo: Temas contemporâneos do Núcleo de Pesquisa e Extensão da UFT.  

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