O marketing estratégico da campanha de Palmas que enaltece o inimigo

"Em Palmas, penso que a estratégia não está sendo bem acertada pelos marqueteiros, e, que a essa altura já soa mais como desespero..."

Crédito: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Marcas, empresas, figuras públicas, e, em alguns casos até mesmo pessoas comuns que querem apresentar um conteúdo  diferenciado e que agrade o seu público-alvo balizam-se por uma estratégia, esta, em um entendimento simples seria o método ou modelo que o “estrategista” adotará para que o “target” seja alcançado.

 

A estratégia é uma ferramenta fundamental para aqueles que querem alçar um fim de sucesso usando os meios necessários para tal. Temos excelentes exemplos de estrategistas bem-sucedidos, como Napoleão Bonaparte, Papa João Paulo II, Martin Luther King, Adolf Hitler, entre tantos. Eles foram precisos e sagazes em seus métodos, obtendo desta forma, o êxito de um planejamento estratégico.

 

Como profissional da comunicação, gosto de acompanhar as novidades da minha área, e, o assunto do momento é campanha eleitoral colocando até mesmo a Covid-19, na condição de coadjuvante. 

 

Assisto aos programas eleitorais, uma vez que tenho interesse em observar o conteúdo estratégico das equipes de marketing dos candidatos, e, como as mentes de quem está nos bastidores fazem para acertar o target da disputa: o voto do eleitor.

 

Em Palmas, penso que a estratégia não foi e não está sendo bem acertada pelos marqueteiros, e, que a essa altura já soa mais como desespero do “tem que ganhar”, que os meios já não mais justificam os fins. Óbvio! Perder, nem no “par” ou “ímpar”, é da natureza humana. E perder a eleição em Palmas é de sangrar a alma.

 

Todavia, é angustiante assistir a um programa eleitoral com um “vote em quem tem condição de derrotar a atual candidata”. Que estratégia é essa que implicitamente já se inicia uma fala afirmando que o “inimigo” é muito superior a você?  Você até pode reconhecer isso, mas admitir: jamais. Qual é a estratégia ao admitir que os candidatos separadamente não têm poder de angariar os votos necessários, mas se “unidos”, derrotarão o “inimigo-mor”? 

 

Juntar-se ao outro para um determinado fim é salutar, porém, pela forma como tem sido abordada essa junção de forças está desagradável por dois motivos: o primeiro, ao reconhecer que somente muitos líderes juntos conseguiriam derrotar a atual prefeita, humildade;  o outro,  o de mostrar que o interesse em fazê-lo - união,  é fato, mas não há quem fique na barricada, uma vez que todos querem o pelotão de frente, vaidade. Seguramente humildade e vaidade não andam de mãos dadas.

 

Os candidatos ao paço municipal de Palmas têm seus pontos positivos, musculatura e serviços prestados para a comunidade, entretanto, não estão assertivos na maneira de como o recado deles chega aos eleitores, principalmente os indecisos.

 

Esta campanha está cansativa e repetitiva, com exceção de duas candidaturas, talvez. 

 

A julgar pela estratégia usada, arrisco opinar que ela tem servido tão somente para dar mais munição ao “inimigo” número um, e, enquanto um acresce nome ao seu, por exemplo,  o “antagonista” o suprime, este uma estratégia bem estratégica, e que em tese está funcionando. Neste ponto em específico, a prefeita imputa sua personalidade, com um “Cinthia” desvinculado do "Ribeiro”, enquanto o Tiago “Amastha”, perde-se na identidade.

 

E mais: a prefeita segue fazendo uma campanha só dela e dos eleitores, ignorando completamente os candidatos. No mundo Cinthia não existe adversário. Perigoso, menos ainda.

 

Em meio a tantos programas “mais dos mesmos” agora só resta esperar quem menos estrategicamente errou e saber em quem o eleitor irá confirmar o “sim”, em meio a essa lambança de marketing...

 

Sônia Pugas é Jornalista, mestre em Relações Públicas e Publicidade. Atualmente é assessora de comunicação.

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