A sensação de insegurança que envolve os cidadãos de bem na maior parte do Brasil e que ultimamente tem aportado em terras tocantinenses não são infundadas, é fato que a criminalidade tem aumentado em proporções assustadoras e não há como tapar o sol com a peneira.
Crimes contra o patrimônio e pessoas são os que mais assustam e motivam as cobranças justas e reiteradas dos contribuintes que pagam seus impostos e esperam por um retorno plausível.
Em face de uma abordagem epistêmica dos fatos, encontramos explicações simplórias, pontuando que o cidadão paga seus impostos e merece uma polícia preparada para protegê-lo, que inibi através da prevenção ostensiva a criminalidade.
Ocorre que a situação é bem mais complexo do que se imagina e os problemas não podem ser depositados todos na conta da Polícia Militar. Chamo a atenção dos nobres leitores para que façamos uma abordagem holística dos fatos, a começar pela nossa Carta Magna, que no seu artigo 144 deixa bem claro: Segurança Pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos.
Mas quando chegamos ao ponto de cobrarmos deveres e dividirmos responsabilidades, é porque algo errado já ocorreu, ficando a interrogação de quem é a culpa, todavia, somente a polícia tem sido lembrada neste instante.
A criminalidade pode ser explicada sob vários aspectos e incluo nessa discussão a Sociologia, que é uma das ciências sociais, cujo objeto de estudo é o ser humano e a sociedade, através da Antropologia, Política, Direito, Psicologia Social, Economia, Historia, entre outras.
Há inclusive a sociologia da criminalidade, um ramo desta ciência, cujo objeto de estudo, como o próprio nome indica, é estudar os fenômenos sociais como crime e violência.
Sem maiores elucubrações, concito todos a refletir acerca dos problemas que temos enfrentado no Brasil e consequentemente no Tocantins. Cobrar somente da polícia não é o caminho certo, pelo contrário, quando vemos a mídia sensacionalizar matérias polícias, ela está fazendo um grande desserviço para a sociedade, haja vista, que motiva o criminoso e enfraquece o aparelho estatal.
Repito, quando a policia prende alguém é porque uma série de fatores deu errado e uma pessoa não comete um crime sem que haja motivação, sendo dever do poder público oferecer políticas para inibir, retirar e recuperar quem ingressou ou está pensando em envergar no mundo da delinquência.
Não é receita de bolo, também não é a reinvenção da roda, mas posso afirmar que o caminho para um pais mais seguro passa essencialmente por uma justa distribuição de renda, educação eficiente, programas sociais relevantes, otimização na formação das nossas crianças e jovens, apoio religioso, justiça eficaz e independente, ministério público atuante e também independente, envolvimento da comunidade, bem como, de uma polícia equipada, preparada e eficiente.
Ao falarmos de polícia preparada e eficiente, incluo além da PMTO a Policia Civil, Policia Federal e Polícia Rodoviária Federal, devendo haver aplicações de doutrinas de policiamento comunitário com envolvimento de todos e com apoio da comunidade.
Cada um deve fazer a sua parte e como policial militar que sou, digo que estamos nos esforçando ao máximo para cumprirmos nossas obrigações, até mesmo com o sacrifício da própria vida, como tem ocorrido com valorosos companheiros que tiveram a vida ceifada vitimas da tão discutida criminalidade.
Vamos em frente, valorizemos quem mereça e cobremos de quem tem responsabilidades, porém, tiremos um pouco do fardo que está sobre os ombros da Polícia Militar e conclamemos todos para juntos buscarmos soluções.
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