Hoje, 08 de março de 2021, não há muito o que se comemorar no Brasil. Mulheres ainda ganham 40% a menos que os homens, exercendo as mesmas funções; são agredidas; estupradas; humilhadas e abandonadas por aqueles que um dia juraram amor eterno ou somente um futuro com amor, afeto, carinho e atenção; presente em uma paquera sem mostrar sua verdadeira intenção.
Em 2019, o Brasil registrou um aumento de 7,3% no número de feminicídios, o que representa que uma mulher foi morta a cada 7 horas pelo simples fato de serem mulheres. Também em 2019, uma mulher era agredida a cada 4 minutos pelo covarde que tinha o dever apenas de amar e protegê-la, pois ela o escolhera pra ser seu companheiro de vida, mas ele a escolhera pra satisfazer seu prazer, seja sexual ou da loucura de espancar e humilhar alguém com sentimentos e desejos de ser amada e acolhida.
Hoje no Brasil há quase 10% de mulheres desempregadas e 2 terços de todos os analfabetos do mundo são mulheres. Mulheres que não tiveram a oportunidade de estudar, pois o patriarcado acredita fortemente que lugar de mulher é na cozinha e não nas esferas de poder para tomar decisões que visam mudar para melhor a vida de todas as pessoa.
Mulheres fortes como a chanceler alemã Ângela Merkel, uma líder europeia que deixou um legado na Alemanha, aquela mesma Alemanha que outrora fora nazista e dominada por pensamentos masculinos de hegemonia da raça e do patriarcado. Ângela demonstrou uma tenacidade única ao navegar pela turbulência política e econômica em que recebeu o governo alemão, curou as incisões e criou uma união europeia mais forte.
No momento delicado em que vivemos, com uma pandemia a solta, vemos em líderes mundiais como Jacinda Ardern, primeira ministra da Nova Zelândia, a força do pensamento feminino. Jacinda, ainda no início de 2020 estabeleceu como meta do país erradicar o novo Coronavírus. Com isso ela determinou uma das mais fortes quarentenas em todo o globo terrestre, falando à população através de anúncios certeiros e executando ações controladas do Estado, Ardern respondia às dúvidas mais obscura e foi cúmplice de pesquisadores e cientistas para encontrarem a melhor saída para o caos. Com um governo forte, não negacionista e confiante na ciência a Nova Zelândia vem se destacando com resultados surpreendentes.
Neste oito de março o que precisamos é lembrar o quanto existe mulheres sofrendo nesse momento, sendo vítimas de feminicídio, agressões físicas e psicológicas, desprezadas em suas funções e profissões; muitas estão em pé a frente de um fogão alimentando machos escrotos e com a mentalidade de dois séculos atrás. Precisamos falar sobre o assunto e iniciar uma revolução de pensamento e boas práticas, lembrar que um dia a mulher veio da Costela do homem, mas hoje o homem só existe porque houve uma mulher para emprestar seu útero para a vida masculina ser possível. E com isso nos próximos anos podermos comemorar de verdade que a mulher não é lembrada apenas no dia 8 de março, mas em todos os dias é lembrada em ações de respeito e amor.
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