A festa AfroBeat acontece nesta sexta-feira,9 e deve trazer para Palmas um m novo tipo de diversão, que coloca em alto e bom som a potência das batidas do continente negro. A primeira edição, realizada em fevereiro deste ano, superou as expectativas de público da própria organização, que não esperava tão boa receptividade do público palmense a esse tipo de música. Preenchendo a capacidade máxima do local, a festa colocou mais de 500 pessoas para dançar ao som de kuduro, kizomba, batida, zouk, tarrachinha e o próprio afrobeat, comandado pela discotecagem do DJ angolano Aires Panda, residente na capital há cinco anos.
O AfroBeat pretende mostrar a diversidade musical africana ao trazer, pela primeira vez no Estado, o coletivo cultural paulistano Chica Chica Bum. Formado pelas pesquisadoras musicais e DJs Ju Salty e Haru ("as mulheres mais importantes da cena", segunda a Revista VejaSP), o coletivo se utiliza apenas de vinis resgatados em várias partes do mundo para disseminar a intensidade e as sonoridades das batidas da África. Em São Paulo, Haru ainda produz e discoteca a festa mais popular e antiga desse gênero na capital, a Festa Fela, criada há cerca de dez anos, em comemoração ao aniversário de Fela Kuti - nigeriano criador do gênero afrobeat e um dos principais disseminadores da cultura africana pelo mundo.
Entre os ritmos que estarão na festa, a DJ Ju Salty, que já se apresentou ao lado de grandes nomes nacionais e internacionais dos afrogrooves, afirma que o kuduro e o afrobeat são os estilos que costumam fazer mais sucesso entre o público. "O kuduro (criado na Angola), por ter similaridade com a língua portuguesa e, principalmente, por ser um ritmo provindo do gueto, popularizou-se nas áreas mais pobres do país e hoje é sucesso nacional; e o afrobeat, pelas características políticas e revolucionárias que geralmente abordam as letras das canções sempre empolga", explica.
O DJ angolano Aires Panda divide o palco com as meninas do Chica Chica Bum, mas sua seleção musical especializada privilegia o que há de mais atual em sucesso nas boates de países como Angola, Guiné Bissau, Cabo Verde, Moçambique, África do Sul, São Tomé e Príncipe e Zimbábue. Na soma do afroeletro de Panda com os afrogrooves de Ju Salty e Haru, os palmenses terão a chance de resgatar suas raízes e se divertir com o batuque, o ritmo, as cores e a alegria do continente mais musical do mundo.
Musica africana
A música africana vive um boom na cultura pop ocidental. Uma (re)descoberta no Brasil e no mundo, com crescente onda de bandas e ampla circulação na internet de antigos hits e novas propostas que integram ritmos tribais a gêneros mais contemporâneos. Apesar das batidas do continente negro terem influenciado, há décadas, direta ou indiretamente, os mais variados estilos - do blues ao samba, passando pelo funk, jazz, salsa, rumba e dezenas de outros gêneros - nos últimos anos, principalmente com o auxílio de DJs e colecionadores, os jovens estão falando sobre a música africana, ouvindo e dançando um som de raíz.
Artistas da cultura pop têm ressaltado essa influência em suas produções, como a pegada africana, citada por críticos como muito marcante, em "Loud!", álbum de Rihanna, ou a cadência exótica que Beyoncé trouxe em seu disco "4"; no Brasil, o funk dançante Bogotá, de Criolo, o acento afrobeat/dub dos álbuns da cantora Céu, além de bandas inteiras voltadas ao estilo, como Bixiga 70 (SP) e Abayomy Afrobeat Orquestra (RJ).
Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, circuito de festas e shows produzidos apenas com ritmos africanos têm se tornado o grande diferencial entre as baladas, atraindo público cada vez maior e cativo. Fora desse eixo, a música quem vem da África começa a ocupar seu espaço e Palmas garante a cena com a realização da Festa Afrobeat.
FESTA AFROBEAT
Data: 09/11/2012
Horário: 22h
Local: Musical Bar e Choperia
Ingressos antecipados:
Lanchonete UAI (UFT) e Uptime Escola de Inglês (localizada na avenida do Posto Eldorado) (Da assessoria).
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