O 13º Festival Gastronômico de Taquaruçu começou em grande estilo. Os mineiros do Jota Quest apresentaram em pouco mais de uma hora de show o repertório da turnê acústica, onde embalaram milhares de palmenses com hits como “Fácil”, “De Volta ao Planeta”, “O Sol”, “Sempre Assim” e muitos outros trabalhos de seus oito álbuns de estúdio.
Rogério, vocalista da banda, fez uma apresentação solta e carismática, além de tocar seus grandes sucessos, falou no palco sobre chambari, que é uma comida típica da região, além de lembrar que havia mais de 10 anos que a banda não tocava em terras tocantinenses.
Com uma plateia formada por fãs das mais diversas gerações, que transformaram o show em uma grande catarse de mãos jogadas ao vento e entoando os sucessos do Jota em coro. Fãs como Moarcir Barreira, 61 anos, que além de cantar todas às musicas apresentadas afirmou que era “uma grande oportunidade para ver de perto esses mineiros”.
Nos bastidores, Rogério Flausino ainda topou bater um papo com o T1 Notícias e não se esquivou de tratar sobre temas polêmicos, como música de protesto, futuro do Rock Pop e preservação ambiental.
Confira a entrevista exclusiva:
T1: São 25 anos de carreira e agora o que esperam para o futuro da banda, lançamento novo?
RF: Em 2020 comemoraremos 25 anos de lançamento de nosso primeiro álbum, então, estamos preparando algumas surpresas para os fãs, queremos lançar um songbook e iniciar uma nova turnê elétrica.
T1: “De volta ao planeta”, tem um cunho político de fundo, assim como parte significativa do trabalho de vocês. A atual a musica pop tem deixado de lado as pautas sociais, ambientais e econômicas?
RF: Não acho, acredito que existem muitos espaços para discutir política e protesto social dentro do Pop Rock nacional e o Jota não tem se esquivado disso, em todos nossos álbuns gravamos canções para nos posicionarmos.
T1: “... que tá faltando emprego no planeta dos macacos”, frase de uma música de 1998, ainda é atual? Estamos de volta ao planeta dos macacos?
RF: Então (risos), acho que está mais atual que nunca, não passamos por um bom momento e a música é para isso mesmo, se posicionar.
T1: Estamos aqui na região da Amazônia Legal; você acredita que o Brasil está no caminho certo para preservação e sustentabilidade?
RF: Não vejo que estamos (Brasil) no caminho certo. Preservação é uma preocupação nossa. Quando lançamos o “Oxigênio” doamos partes dos direitos autorais para o Greenpeace, e na época só ouvia “o que esses caras tão falando meu?”. Não fomos os primeiros, nem os últimos a defender o Meio Ambiente. Caetano, Gil até Roberto (Carlos) falam sobre isso; tem que ter sensibilidade, falar da natureza e nossos problemas ambientais. Tom Jobim falava disso também.
T1: No seu último álbum, vocês falaram sobre corrupção. O próximo lançamento vai nesse rumo também?
RF: (risos) La Plata, todo disco do Jota tem umas coisinhas assim. Essas canções não vão para o rádio, tem que procurar para ver isso. Toda vez que a gente enfrentou essa parada, a macacada reunida, tipo, que porra é essa meu? O que esses caras estão falando? Igual quando lançamos “Na Moral” e ninguém entendia na época, com o tempo a mensagem foi passada.
Levantar a poeira
“Dias Melhores foi o quarto trabalho do “Oxigênio” e ela hoje é um hit com uma mensagem, nossa função enquanto artista é fazer essas canções e depois colocar essa parada para rodar, depois a gente nunca sabe onde isso vai bater. Meus ídolos Titãs, Renato (Russo), tenho entendido melhor os caras. Tenho 47 anos de idade e ainda estou aprendendo isso. Nossa função é isso mesmo, fazer e meter o pau e levantar a poeira e ver se a galera se encontra”, finalizou Flausino.
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