O espetáculo teatral do escritor brasileiro Timochenco Whebi, “A Perseguição” ou “O longo caminho que vai de Zero a Ene“, é o primeiro trabalho do Coletivo de Teatro 3 Marias, que teve sua pré-estreia nos dias 2 e 3 de junho, sábado e domingo, no Teatro Sesc Palmas e impressionou com a receptividade do público palmense.
Agora o grupo, retoma o projeto com uma estréia nos dias 24 e 25, quarta-feira e quinta-feira com duas sessões por dia às 19h30 e 20h30 novamente no teatro que acolheu tão bem a iniciativa do Coletivo de Teatro 3 Marias, o Teatro Sesc Palmas .
Com o objetivo democratizar o acesso à produção teatral o grupo propõe um valor de ingresso popular, R$ 10 a inteira e R$ 5 e distribuirá 30% dos ingressos gratuitos, com uma hora de antecedência, para estudantes de escola pública. Capacitação dos profissionais de artes cênicas e troca de experiências também é uma preocupação do grupo que promove oficina com três horas de duração no qual serão trabalhados os elementos utilizados para a construção do espetáculo.
Dramaturgo premiado, crítico e professor da Universidade de São Paulo (USP), o paulista Timochenco Wehbi, revela na peça “A Perseguição” ou “O longo caminho que vai de Zero a Ene“, em jogo dramático de uma perseguição em que Zero está no encalço de Ene, que pode ser qualquer coisa. Mas nunca consegue alcançá-lo. “O homem é perseguidor, já que não se resigna a ser, estaticamente, uma coisa configurada para todo o sempre”.
A peça então, retrata Zero como o perseguidor. E Ene como o perseguido. Zero busca retomar o que perdeu, Ene se distancia. Desejam se tornar visíveis aos outros, serem como os outros: existirem. A interpretação de cada pessoa vai determinar o que viria a ser o “Zero” e o “Ene”.
Qual o método que lhes dará representividade? A ciência? A arte? A religião? O autor convida a todos a imaginar ou intuir, um jogo entre dois pontos. Convida a medir o longo caminho que vai de zero a ene.
Aposte, participe, resolva; depois, se quiser, acorde. Afinal cada um terá a sua visão sobre a representatividade da peça. A proposta é a reflexão sobre o ser humano, tão comum nos textos classificados no rol das experiências brasileiras do teatro de absurdo.
Vale lembrar que o chamado “teatro do absurdo”, em verdade trata de esclarecer muitos dos enganos a que a sociedade moderna mergulhou, confundindo individual e individualismo, coletivo e massa e muitos outros mitos consagrados como modernos e que contribuem para a descaracterização do ser humano.
A obra então tentar retratar a incansável busca humana por respostas a cerca da existência, e o Coletivo 3 Marias convida o público palmense a refletir sobre a vida e conhecer um importante texto de um grande dramaturgo brasileiro, inédito no Tocantins.
Teatro do Absurdo
Segundo o site do Itaú Cultural, é uma expressão cunhada pelo crítico inglês Martin Esslin (1918 - 2002) no fim da década de 1950 para abarcar peças que, surgidas no pós-Segunda Guerra Mundial, tratam da atmosfera de desolação, solidão e incomunicabilidade do homem moderno por meio de alguns traços estilísticos e temas que divergem radicalmente da dramaturgia tradicional realista. Trata-se, porém, não de um movimento teatral organizado tampouco de um gênero, mas de uma classificação que visa colocar em destaque uma das tendências teatrais mais importantes da segunda metade do século XX. Entre os principais dramaturgos "do Absurdo" estão o romeno radicado na França Eugène Ionesco (1909 - 1994), o irlandês Samuel Beckett (1906 - 1989), o russo Arthur Adamov (1908 - 1970), o inglês Harold Pinter (1930 - 2008) e o espanhol Fernando Arrabal (1932).
Sinopse
Zero é o perseguidor. Ene, o perseguido. Zero busca retomar o que perdeu, Ene equidista-se. Desejam se tornar visíveis aos outros, serem como os outros, existirem. Qual o método que lhes dará captação? A ciência? A arte? A religião? Será necessária a antropomorfização... Então vamos! Procure imaginar ou intuir, um jogo entre dois pontos apenas e procure medir o longo caminho que vai de zero a ene. Aposte, participe, resolva; depois, se quiser, acorde.
Ficha técnica
Título: A perseguição ou o longo caminho que vai de Zero a Ene
Texto: Timochenco Wehbi
Gênero: Absurdo
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 12 anos (Conteúdo de difícil entendimento)
Direção, iluminação, cenário, figurino e maquiagem: colaborativa (Coletivo Teatral Três Marias)
Elenco: Karla Pollyanna (Ene)
Tales Monteiro (Zero)
Produção Executiva: Isilda Sales
Músico: Gabriel Rosa
Questionador corporal: Jhon Weiner
Produção e assessoria de imprensa: Lorena Dias
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