Adversário de Pinheiro diz que presidente tentou negociar eleições do Sisepe

Wiston Gomes, adversário de Cleiton Pinheiro nas eleições do Sisepe de 2014, acusa o presidente de ter proposto acordo para as eleições. Cleiton rebate e diz que proposta partiu do adversário...

Wiston acusa Pinheiro de tentar negociar eleições
Descrição: Wiston acusa Pinheiro de tentar negociar eleições Crédito: T1 Notícias

O candidato adversário de Cleiton Pinheiro nas eleições do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (Sisepe) deste ano, Wiston Gomes Dias, denunciou que recebeu uma proposta que teria como objetivo neutralizar qualquer tipo de oposição a atual gestão do Sisepe.

Segundo Wiston, que se refere a proposta como "imoral", em novembro do ano passado Pinheiro teria proposto que ele [Wiston] abrisse mão de ser seu adversário nas eleições, aceitando a vice-presidência de chapa única para assumir como presidente em junho, prevendo que Cleiton Pinheiro se licenciaria do cargo para disputar as eleições ao cargo de deputado estadual. “Foi uma tentativa de fazer um acordo, acredito porque ele já sabia que eu seria adversário”, ressaltou Wiston Gomes ao portal T1 Notícias na manhã desta terça-feira, 18.

No termo de acordo, documento que Gomes afirma ter recebido por e-mail de Cleiton Pinheiro, uma aliança teria sido proposta. No termo há clausulas objetivando que não haja mais oposição nas eleições, garantia de apoio a candidatura de Cleiton Pinheiro para eleições do Sisepe em 2014, garantia de que Cleiton Pinheiro não se candidataria às eleições do Sisepe em 2017, garantia de que o atual presidente teria o direito de indicar o cargo de secretário-geral e três diretorias no sindicato, enquanto Wiston Gomes poderia indicar o restante dos cargos.

O termo também acorda que Gomes deve apoiar Cleiton Pinheiro nas eleições para deputado em 2014 e que em 4 de junho do corrente ano ele [Cleiton] se licenciaria para a campanha e assim o vice-presidente [Wiston] assumiria a presidência do Sisepe. O termo prevê ainda que no caso de o atual presidente ser eleito deputado, o mesmo não mais retornaria à presidência.

De acordo com Gomes, ele não teria aceito a proposta de Cleiton Pinheiro. “Ele tenta fazer um acordo usando o sindicato, os cargos do sindicato, a eleição do Sisepe de 2014, eleição para deputado e até a eleição para o Sisepe de 2017”.  Para Gomes o objetivo do atual presidente era o de eliminar o Movimento pela Moralização e Democratização do Sisepe (MMDS), que tem como líder o seu concorrente. “Ele me procurou e perguntou se a gente podia se reunir e ai veio com essa proposta. Tivemos três encontros em torno dessa proposta. Ele insistiu para que nós aceitássemos. O nosso atual gestor tenta negociar o sindicato como se fosse dono. Isso é imoral. Nós entendemos que tem que existir alternância, mas ele tenta negociar tudo e hoje ele tenta negociar disputas políticas usando o nome do sindicato”.

Gomes denunciou ainda que “durante a tentativa de negociação, ele [Cleiton] perguntou o que eu queria e eu deixei claro que queria disputar a presidência. Ele me disse que tinha 400 mil reais para gastar na campanha e eu respondi então vai dar uma disputa boa, porque eu não tenho um real para gastar”. O e-mail pelo qual Gomes teria recebido a proposta foi protocolado em Cartório.

 

Campanha silenciosa

Nas eleições anteriores em que Cleiton Pinheiro não tinha concorrente, havia um regulamento interno das eleições do Sisepe com menos de três cláusulas. No entanto, para as eleições que ocorrem no final do mês de abril deste ano, visto que o atual presidente tem um pré-candidato anunciado, Wiston Gomes, foi produzido um novo regulamento com seis páginas no qual uma cláusula, artigo 13º, impede que os candidatos façam "propaganda com ofensas pessoais, difamatórias ou caluniosas em relação aos componentes de outras chapas", após o deferimento/homolagação da inscrição da chapa, sob pena de a mesma ser excluída do processo.

 

Pinheiro aponta desespero

Por telefone o presidente do Sisepe negou que teria feito a proposta a Gomes e afirmou que a mesma teria partido de seu adversário. “Esse termo de acordo quem construiu foi ele. Eu recebi um e-mail dele com essas condições, onde ele queria que eu fosse candidato e ele fosse o candidato a vice, com a intenção de que eu renunciaria em junho, por que segundo ele eu sairia a deputado estadual”, disse Cleiton Pinheiro, que acusa o adversário de forjar a denuncia: “ele construiu essa situação e o acordo” e ainda diz que o candidato faz isso porque “não tem como apresentar propostas. Isso é desespero”.

Pinheiro negou ainda que tenha intenção de ser candidato e disse que a especulação sobre sua candidatura vem em todas as eleições, mas que “nunca fui, nunca quis e não quero ser candidato. Não tenho essa vaidade. O meu objetivo é as eleições do Sisepe para trabalhar pela categoria. É um projeto meu de ter três mandados que eu acredito ser o suficiente para implantar todos os projetos da gestão”. O atual presidente afirmou que já chegou a conversar com Wiston Gomes harmoniosamente, mas que “a partir do momento em que ele vem com troca de barganha eu não aceito”. Para ele, o adversário queria evitar o desgaste das eleições ao colocar clausula no contrato como vice-presidente para depois assumir a presidência.

 

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