Aldeia sofre com escassez de água na estiagem e prefeitura de Araguaçu é alertada

A Defensoria Pública solicitou à prefeitura de Araguaçu o abastecimento de água na aldeia do povo Kanela em função do período de estiagem, mas o município afirma não ter condições de atender ao pedido

Aldeia Crim Pa Tehi, no município de Araguaçu
Descrição: Aldeia Crim Pa Tehi, no município de Araguaçu Crédito: Divulgação DPE-TO

No período de estiagem no Tocantins, entre julho e outubro, os indígenas que vivem na Aldeia Crim Pa Tehi, do povo Kanela, na região de Araguaguaçu, sofrem com a escassez de água todos os anos. Diante da situação, a Defensoria Pública do Tocantins (DPE-TO), por meio da Defensoria Pública Agrária (Dpagra), solicitou à prefeitura de Araguaçu, que abasteça a comunidade neste período crítico de seca.

 

Segundo a Defensoria, a demanda surgiu após uma reunião, em maio deste ano, realizada entre representantes do Dpagra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e membros da Aldeia, para tratar, entre outros assuntos, do problema da escassez de recursos hídricos no território da aldeia.

 

De acordo com Arlindo Iparcaxã Alexandrino de Sousa Kanela, cacique da Crim Pa Tehi, o caso pede urgência, já que o período de estiagem é o que traz mais dificuldades para as famílias da aldeia. “Nós somos oito famílias, com 23 pessoas dividindo a água de uma cisterna; e neste período de seca deixa tudo ainda mais difícil. Muitas vezes, temos que encher barris em um córrego perto da cidade para não sofrer tanto com o uso limitado da pouca água que temos”, explicou o indígena.

 

Conforme a Defensoria, o município informou, por meio de ofício enviado à DPE, que “(...) não possui caminhão devidamente equipado com tanque tipo pipa à altura para o devido atendimento no transporte de água desta cidade até a Aldeia Crim Pa Tehi, visando o suprimento de água àquela comunidade indígena”.

 

Ainda no documento, a prefeitura também destacou que “(...) dispõe de apenas um caminhão com tanque pipa para irrigação de ruas, canteiros e jardins de nossa cidade, todavia, é um equipamento bastante usado e sem condições para o deslocamento com água para a mencionada aldeia”.

 

O T1 Notícias tentou contato com o prefeito da cidade, Joaquim Pereira Nunes, por meio de ligações e mensagens no WhatsApp. Em resposta ao portal, na noite desta quarta, o gestor informou que a prefeitura entrará em contato com a ATS "para tentar conseguir um caminhão pipa o quanto antes".

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