Apontado em ação, empresário diz que donos de postos querem impedir concorrência

Incluído em ação proposta por donos de postos que questiona mudança na destinação de áreas do Plano Diretor, Luciano Rosa Valadares afirma que fez negócios lícitos e que briga é por mercado

Luciano defende instalação de novos postos
Descrição: Luciano defende instalação de novos postos Crédito: Lourenço Bonifácio


Dono de uma concessionária de veículos na Capital, o empresário Luciano Rosa Valadares  falou ao T1 Notícias sobre a ação popular ajuizada por onze empresários do ramo de postos de gasolina que questiona a mudança de destinação de diversas áreas em Palmas para criação de áreas destinadas à Postos de Combustíveis, ainda pelo ex-prefeito Raul Filho(PT). Segundo Luciano a medida visa impedir a concorrência no mercado de postos de combustíveis em Palmas. A ação datada do dia 13 de maio é contra a Prefeitura de Palmas e mais 38 pessoas e empresas da cidade e tem como objetivo o ressarcimento ao erário público e a declaração de inconstitucionalidade das leis que alteraram o uso do solo transformando áreas comerciais e residenciais em áreas de postos de abastecimento de combustíveis (Pac) no Plano Diretor de Palmas.

 

Segundo Rosa, quem ganha com a abertura de novos postos é a sociedade que terá preço de combustível mais baixo com a maior concorrência e quebra do monopólio em Palmas. Rosa disse ainda que a média de 800 carros zero é vendida por mês na cidade e que o mercado está em franca expansão.


Rosa apontou que o preço da gasolina na Capital está alto por causa do controle exercido por este grupo no mercado. “Não tem segredo. Vai em Porto Nacional e veja o preço de gasolina lá. Vai em Luzimangues e vê o preço da gasolina. É lógico que os donos dos postos vão colocar ação para barrar os novos negócios. Se são 11 postos de gasolina e emplacamos 800 carros zero por mês em Palmas o mercado só está crescendo e cada posto aumenta os seus lucros. Os postos estão ganhando muito dinheiro e não têm competitividade porque o mercado está fechado só para eles”, afirmou Rosa.


O empresário destacou que um posto para ter viabilidade econômica tem que vender de 150 a 200 mil litros de combustível por mês. Atualmente, Rosa aponta que os postos que entraram com a ação vendem entre 500, 600 mil litros mensalmente cada unidade. “Por isso que o preço está alto em Palmas. São poucos postos e muitos carros. Se for limitar os novos postos daqui a uns dias vamos pagar R$ 4 no litro de gasolina. De um jeito ou de outro eu vou entrar neste mercado e vou baixar os preços do combustível. É o melhor negócio de Palmas hoje”, frisa Luciano Rosa.

Negando Fraude

Questionado se teve algum envolvimento com as supostas irregularidades na alteração do uso do solo feito pela Prefeitura e o envolvimento de parentes de vereadores e ex-vereadores da Capital nos casos já denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE), Rosa negou. Ele disse que é empresário e viu uma oportunidade de negócio, comprou áreas e deu entrada do processo na Prefeitura para obter autorização para construir postos de gasolina em locais estratégicos de Palmas. “Não fui beneficiado por nenhum político e não fiz nada errado. Tem que punir quem não teve o processo legal. Eu não tenho parentesco com nenhum político. Sou empresário e tenho muita área investida em Palmas”, afirmou

Luciano reclama ainda que seus lotes destinados a construção de postos de gasolina estão parados. “Não posso ir nem pra frente e nem para trás. Eu não posso desistir porque minhas áreas já são de postos e nem posso construir prédio nem nada comercial e não posso montar o posto”, destacou. 


A Ação

A Ação Popular pede em liminar “o ressarcimento ao erário público e a declaração de inconstitucionalidade das leis que mediante artifícios alteraram o uso do solo e do Plano Diretor de Palmas”. Na ação, os autores alegam que a  alteração do uso do solo de imóveis comerciais e residenciais para posto de abastecimento de combustível provocou imediata supervalorização nos imóveis “contemplados” pelas “canetadas” e “interesses” do ex-prefeito Raul Filho e do ex-presidente da Câmara Ivory de Lira e de “seus agraciados amigos”. Ação alega ainda que as alterações de uso dos solos não tiveram prévio estudo técnico e de impacto ambiental.

 

Histórico

 


Um caso de lote que teve a alteração do uso do solo contestado na ação popular já foi alvo de matéria do T1 Notícias. Em 2010, a empresa DM Construtora e Participações Ltda em 2010 de Rosa realizou negociação de área inalienável que pertencia a Convenção Regional dos Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus, Ministério Madureira. A área está situada entre o Colégio Frederico Pedreira e o Banco Basa na quadra 106 Norte (Arse 12).  Para que a negociação fosse possível houve alteração por via de aprovação de lei, desafetando esta área e tornando outra área destinada à culto religioso, para que pudesse ser permutada pela Madureira.

 


Confira o que já foi publicado sobre o assunto:

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