Após a publicação de sua exoneração no Diário Oficial do Estado, o delegado de Araguaína, Bruno Boaventura se manifestou em sua página pessoal no Facebook, comentando os argumentos apontados pelo 
governo do Estado para sua dispensa.
“Sobre o argumento do governo consistente no ‘enxugamento da máquina’, para justificar minha exoneração: para exercer a chefia da polícia em mais de 15 cidades, com uma população acima de 300 mil habitantes, o Estado me ‘gratifica’ com R$ 800,00 mensais, uma linha telefônica e uma viatura. Os referidos oitocentos reais utilizo quase todo mês para custear pequenos reparos em nossas unidades, pois não possuímos verba específica. (Posso comprovar com notas fiscais). A linha telefônica fiz questão de repassar, no primeiro dia de minha gestão, a um policial que serve a toda regional de Araguaína, para que o mesmo pudesse se comunicar de forma mais rápida com os colegas, resolvendo os problemas. A viatura colocada à minha disposição é utilizada por todas as delegacias da Regional sendo que cumpro as obrigações funcionais (visita a outros órgãos, p.ex, em carro particular). Pois bem, essa será a ‘economia’ do Tesouro Estadual com a minha saída: R$ 800,00”, afirmou o delegado.
Nas redes sociais o caso gera inúmeras manifestações de apoio ao delegado. Uma nota de repúdio também foi publicada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins, na qual a categoria se solidariza com o servidor. Através do Twitter, o delegado Guilherme Rocha se pronunciou. “Em um nobre ato de união, desapego à cargos e respeito ao brilhante trabalho do Delegado Bruno (exonerado ontem); TODOS os Delegados de Araguaína-TO assumiram publicamente o compromisso de não aceitar o cargo de Delegado Regional de Araguaína. Não irão politizar a Polícia Civil!”.
Bruno Boaventura foi exonerado do cargo após sua atuação recente em casos polêmicos envolvendo a família do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB). Nesta semana, o delegado atuou na Operação Expurgo, tendo como principal suspeito, por crime ambiental, o pai do deputado, o ex-juiz eleitoral João Olinto, que é considerado foragido da Justiça. Em outubro deste ano, o delegado também atuou na apreensão dos R$ 500 mil, de origem duvidosa, que foram encontrados em poder do irmão do deputado estadual, o advogado Luís Olinto Rotoli, em período eleitoral.
Ainda ontem, ao saber que seria exonerado, o delegado comentou, também nas redes sociais, o ato do governo, relembrando sua trajetória na região de Araguaína. “Há exatamente 08 anos fui nomeado Delegado de Polícia em Santa Catarina. Deixei amigos para trás para tentar algo novo no Estado que me acolheu há 30 anos. Aprovado no concurso em 2014, fui nomeado Delegado de Polícia do Tocantins há 1 ano e meio, tomando posse em Araguaína, desafio que encarei de frente com todos os meus amigos da Polícia. Hoje recebo a notícia de meus superiores que serei exonerado do cargo de Delegado-Regional de Araguaína, com muita hombridade e sentimento de dever cumprido, pois, se incomodamos esses malfeitores o trabalho foi realizado da melhor forma possível”, desabafou Bruno Boa Ventura.
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