O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), negou nesta sexta-feira, 30, ter tido acesso a informações privilegiadas de investigações judiciais. A declaração foi feita após ele ter sido alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal, no âmbito da 9ª fase da Operação Sisamnes. A investigação, conduzida com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), apura o vazamento e possível comercialização de dados sigilosos envolvendo ações policiais em andamento.
Durante entrevista coletiva concedida ainda nesta manhã, o prefeito relatou que agentes da PF estiveram em sua residência por volta das 6h. Segundo ele, os policiais recolheram apenas celulares, sem levar quaisquer outros documentos ou objetos.
De acordo com Eduardo, a operação não tem relação com sua atuação como gestor municipal nem com cargos públicos ocupados anteriormente. “Já antecipo que isso não envolve gestão de governos passados, não envolve mandato de senador, mandato de deputado, mandato de secretário, não envolve mandato de prefeito. Restringe-se a uma questão [...] Não é nem compra de sentença, não é o caso de vazamento de informação. E eu até imagino quais são as razões”
A investigação levanta a suspeita de que o prefeito teria tido acesso antecipado a informações sigilosas por meio de conexões com tribunais superiores, o que poderia ter favorecido alvos de investigações. Eduardo negou essa possibilidade e afirmou não manter qualquer tipo de relação com integrantes do STJ ou STF.
“Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. [...] Eu não tenho fonte no STJ. Não é meu papel. Eu indiquei um advogado e esse advogado foi constituído e teve acesso aos autos. Então, é isso. E fico à disposição.”
A respeito de supostas conversas em que teria mencionado que juízes e advogados seriam alvos de ações judiciais, Eduardo atribuiu os comentários a especulações comuns nos bastidores políticos do estado.
“Tudo isso que está dito ali, sempre foi troca de informações que rodam. Tem mais de 50 advogados nesse processo, eles têm acesso. Então essas conversas são mais do que comuns. Eu não tenho nada a vazar, não tenho relacionamento pessoal que me permita qualquer tipo de [...] não sou parte.”
Sobre a relação com Thiago Barbosa, o prefeito disse ter indicado seu advogado pessoal, Michelangelo Corsetti, que também foi citado na investigação, mas não teve medidas de busca autorizadas contra ele.
“Michelangelo Corsetti é meu advogado há mais de 10 anos em mais de 10 processos. [...] É uma pessoa que é paga regularmente da minha conta. [...] Ele foi constituído legalmente no processo do Thiago”
Por fim, Eduardo Siqueira reafirmou que não há qualquer vínculo entre os fatos investigados e a atual administração municipal.
“Esse processo se arrasta já do STJ, que começou aqui em Tocantins pelo TJ, eu diria que já tem desde 2019 ou 2020, já existem 5 anos esse processo andando. [...] Não envolve a prefeitura, não envolve nada meu em relação a nenhum desvio de conduta”, concluiu.
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