Após protesto de grevistas, deputados garantem que convocarão 7 secretários à AL

Servidores em greve realizaram manifestações, se reuniram com deputados e cobraram agenda com o governo do Estado para pagamento da data-base de 2015

Servidores conversaram mais uma vez com deputados
Descrição: Servidores conversaram mais uma vez com deputados Crédito: Fotos: T1 Notícias

Após protestos realizados por servidores estaduais em Palmas, na manhã desta quarta-feira, 31, quando foram fechadas as vias de acesso à Capital, os servidores seguiram para a frente do Palácio Araguaia e de lá para a Assembleia Legislativa. Na AL, os deputados suspenderam a sessão e se reuniram com representantes sindicalistas. As galerias, corredores e a tribuna de honra da AL foram lotadas pelos servidores em greve. Cartazes e faixas usadas nas manifestações pediam o impeachment do governador Marcelo Miranda.

 

Na ocasião, os parlamentares não pouparam críticas à falta de comunicação do governo estadual com os grevistas. Entre as propostas apresentadas pelos deputados aos servidores esteve a convocação de sete secretários estaduais para irem até a AL prestar esclarecimentos à categoria e também abrir o diálogo com o governo e chegar a uma negociação. A manifestação que bloqueou as vias foi alvo de críticas por alguns deputados, que também foram vaiados na sessão da manhã na Casa de Leis.

 

O deputado Eduardo do Dertins afirmou que deve apresentar ainda na tarde desta quarta-feira, 31, requerimento que convoca os secretários em regime de urgência.  “Já estou com o requerimento em mãos para convocar sete secretários. Se for possível vou apresentar ainda hoje de tarde. Tem que fazer alguma coisa urgente. Nosso povo está morrendo, os servidores estão sendo penalizados. O Estado está um caos”, afirmou o parlamentar.

 

A convocação dos secretários também gerou opiniões contrárias entre os deputados. Elenil da Penha chegou a afirmar que a presença dos secretários não seria a solução. “Com todo respeito, mas convocar os secretários aqui não vai resolver nada. O povo todo vai estar aqui, não vão deixar eles falarem. Não haverá clima”, garantiu o deputado. De imediato Eduardo do Dertins rebateu afirmação. “Não tem sentido convocar secretários para conversarmos a portas fechadas, o interesse é público. O povo tem sim que participar ou então esta Casa não estará cumprindo seu papel. É preciso fazer esta acareação sim. Estes caras estão deixando nosso povo morrer. Estes caras não estão fazendo o que é preciso”, rebateu o deputado. Encerrando a discussão, Elenil afirmou que “acho que não resolve, porém vou votar favorável ao seu requerimento quando o senhor apresentar”.

 

Já o deputado Júnior Evangelista defendeu a presença do governador Marcelo Miranda na AL. “Quem tem o poder da caneta não são os secretários. Quem deve ser convocado é o governador. O que está acontecendo é má gestão. O governo não está querendo governar o Estado, está colocando secretários de outras cidades que também não querem", disse o parlamentar.

 

Vaias

Entre os deputados que criticaram a manifestação que fechou as vias de acessos da Capital, Paulo Mourão e Valdemar Júnior foram vaiados pelos grevistas. Ao entrar na reunião, Valdemar manifestou sua insatisfação. "Passo ali e levo vaia de graça. Estamos do lado de vocês. Já que é assim, então vamos deixar eles  voltarem e fazer manifestação no Palácio. Isso é serio", ressaltou Valdemar.

 

Paulo Mourão afirmou que "não é obstruindo estradas que vamos chegar a uma solução e sim com diálogo. (...) Temos também outras áreas do Estado que precisam de atenção, que precisam ser cuidadas também”, destacou Mourão.

 

Alguns deputados chegaram a defender Mourão, pediram a paciência e colaboração dos manifestantes, porém afirmaram que entendem a atitude dos grevistas. “Com vaias ou sem vaiais, estou com vocês”, garantiu Damaso. Já Elenil da Penha disse que “(...) Na muvuca até a gente tem vontade de vaiar nós mesmos. Imagina os servidores?!", ressaltou o deputado.

 

Greve é legal

Ao T1 Notícias o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe-TO), Cleiton Pinheiro, afirmou que a greve dos servidores é legal e criticou  a ação governo de solicitar na Justiça a ilegalidade da greve. “Se tem alguém que está ilegal é o próprio governo que está descumprindo a lei. Data-base é direito do servidor. Obedecemos todas as etapas que são exigidas para entrar em greve. A greve é legal”, afirmou.

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