Associação vê riscos em contrato de militares sem concurso com aprovacão de SIMV

Asmir também criticou a forma que o governo do Estado vem utilizando para promover militares. Segundo a associação, falta definição dos critérios de promoção.

O presidente da Associação de Reserva, Reformados da Ativa e pensionistas do Tocantins (Asmir), Capitão Raimundo Sulino dos Santos comentou na manhã desta quinta-feira, 27, o projeto do Governo do Estado, que institui o Serviço de Interesse Militar Voluntário (SIMV) na PM. De acordo com Sulino, a sociedade pode ter prejuízos com a atuação dos novos policiais. O projeto já foi aprovado pela Assembleia Legislativa.

“Eu acho que não é constitucional, mas o governo tem suas prerrogativas e se consideramos a necessidade que a PM tem e que o Estado vem sendo omisso em realizar concurso para a Polícia Militar, pode ser viável, pois talvez o governador esteja querendo resolver o problema da falta de efetivo até que o concurso seja realizado. Se for assim, eu acho que o governo até pode fazer esse contrato, mas não pode deixar de realizar o concurso,que não deve ser apenas para 300 policiais, pois esse número não preenche nem o déficit da PM de Palmas, o Estado todo precisa de mais de mil policiais”, informou.

Riscos para a sociedade

O Capitão também lembrou que, caso o contrato seja efetivado, e se alguns cuidados não forem tomados, a sociedade poderá sofrer as consequências. “Os riscos existem, pois é uma profissão suscetível de erros como qualquer outra, e se o soldado não tiver um preparo como exige sua área de atuação, quem vai pagar o ônus é a sociedade que pode ter prejuízos na qualidade dos serviços, pois a gente vê que hoje, em alguns casos, um policial de carreira, que passou pela academia ainda comete absurdos, mas presume-se que esses policiais irão para as ruas na companhia de outros mais experientes”, disse.

Promoções

O Capitão também comentou sobre as promoções dos militares no Estado. Segundo ele, o Estado está provendo militares sem nenhum critério. “Nós sempre criticamos a forma como o Estado vem promovendo os militares desde o governo Gaguim até o governo Siqueira Campos. O Estado tem que ter critérios de promoção, oferecer cursos de qualificação, forma de atuação. O militar tinha que apresentar alguma coisa para ser promovido e hoje as promoções são feitas sem nenhum critério”, finalizou.

 Na assembleia
 

O projeto, antes mesmo de sua aprovação, ocorrida no dia 19, foi alvo de criticas entre os deputados da oposição. Na ocasião, os deputados Sargento Aragão (PPS) e Eli Borges (PMDB), alegaram que a ideia é preocupante porque, segundo eles, autoriza “pessoas despreparadas” a atuarem nas ruas sem treinamento ou experiência. A matéria foi aprovada com os votos contrários dos deputados Sargento Aragão (PPS), Eli Borges (PMDB), Josi Nunes (PMDB) e Solange Duailibe (PT). Zé Roberto (PT) se absteve.

 

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