Barroso diz não ver “ilegalidade flagrante” e mantém afastamento de Wanderlei Barbosa

Decisão impede análise de habeas corpus pela 2ª Turma do STF e mantém afastamento do governador do Tocantins, investigado por desvios na pandemia

Crédito: Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira, 10, negar seguimento ao recurso apresentado pela defesa do governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). A decisão impede que o habeas corpus impetrado pela defesa seja analisado pela 2ª Turma da Corte, o que mantém o entendimento anterior de que o pedido já estava extinto.

 

O que diz a decisão

Na decisão, Barroso afirmou que “as peças que instruem este processo não evidenciam situação de ilegalidade flagrante, teratologia ou abuso de poder”, ressaltando que o ato do STJ possui “fundamentação idônea que justifica o deferimento das medidas impostas ao paciente”. O ministro também reproduziu trechos da decisão do relator no STJ, ministro Mauro Campbell Marques, que indicam “a contemporaneidade e a atualidade do esquema sistemático de desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e formação de organização criminosa, instaurado na atual gestão de Wanderlei Barbosa Castro”, a partir de investigações sobre contratos de fornecimento de cestas básicas na Secretaria do Trabalho e Assistência Social.​

 

 

Entenda

O habeas corpus havia sido extinto anteriormente por decisão do ministro Edson Fachin, que considerou o pedido prejudicado. A defesa então interpôs um agravo, buscando que o caso fosse submetido ao colegiado. Com a negativa de Barroso, esse novo pedido não será redistribuído nem levado a julgamento pela turma.

 

Segundo juristas ouvidos pelo T1 Notícias, desde o início a estratégia adotada pela defesa de Wanderlei Barbosa não era a mais adequada. De acordo com as fontes consultadas, as alternativas mais indicadas seriam a impetração de um mandado de segurança, para reaver o mandato popular, ou a apresentação de uma reclamação constitucional. Como a defesa insistiu em recorrer por meio do HC, o caso volta agora à estaca zero.

 

Com isso, fica a decisão que manteve o afastamento de Wanderlei Barbosa do cargo de governador do Tocantins, determinado em razão das investigações da Operação Fames-19, que apura supostos desvios de recursos públicos na compra de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19. 

 

Defesa

Em nota, a defesa do governador Wanderlei Barbosa disse que ainda não tomou conhecimento do conteúdo da decisão do ministro, mas que desde já recorrerá da decisão, assim que tiver acesso aos autos. 

 

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