Bonilha faz tour no Estoque Regulador para denunciar desperdício de dinheiro

Secretário mostrou deficiências e disse que órgãos de controle externo serão informados. Bonilha quer resguardar sua gestão. No Estoque mostrou a falta de organização e desperdício de dinheiro público

Samuel Bonilha visita Estoque Regulador
Descrição: Samuel Bonilha visita Estoque Regulador Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O secretário estadual da Saúde, Samuel Bonilha, convidou a imprensa para um tour no Estoque Regulador do Estado do Tocantins na tarde desta segunda-feira, 5. Bonilha denunciou a falta de organização, gestão e o desperdício de dinheiro público.

 

"Esse material vamos passar para a Vigilância Sanitária para eles analisarem se tem condições de uso. Outra questão é que tiraram 10 toneladas de medicamentos e insumos vencidos que foram encaminhados para incinerar. Esse material do Estoque, só nos três primeiros meses do ano, vai vencer em torno de R$1.200 milhões. Acredito que em seis meses vencem uma quantidade enorme de materiais", disse.

 

Segundo o secretário, o inventário será refeito para que sua gestão se resguarde acerca de materiais vencendo. Ele também quer incentivar os médicos a utilizarem esses medicamentos e insumos que estão disponíveis no Estoque Regulador próximos do vencimento. "Queremos tentar amenizar um pouco do prejuízo", contou.

 

Segundo ele, a falta de organização no Estoque Regulador gerou o problema. "Tem muita coisa. Tem fralda para 15 anos e com tudo isso, falta tudo nos hospitais. Não há um sistema de comunicação entre o Estoque Regulador e os hospitais", pontuou. Bonilha ponderou que as compras devem ser realizadas de acordo com a série histórica de consumo, no entanto, "como os próprios funcionários do Estoque Regulador contaram, chegam os materiais sem eles pedirem nada. Tem esparadrapo para quatro anos", disse.

 

O secretário afirmou que cada clínica irá assinar com o governo um contrato solicitando os medicamentos e materiais de insumo para um ano e, à medida que forem consumindo, o Estoque vai abastecendo os hospitais. "Isso aqui é de indignar qualquer ser humano, muitos medicamentos jogados fora, inservíveis por irresponsabilidade de gestores que compraram por achar conveniente comprar".

 

Bonilha disse que o primeiro passo é verificar o que dá para aproveitar do Estoque Regulador. "Vamos colocar no sistema, relacionar o inventário que já foi feito e controlar isso. Temos três meses para fazer isso. Por enquanto vamos levar o que dá para aproveitar, antes de vencer, para as clínicas médicas", disse. Bonilha ainda declarou que não será necessário outro espaço para estoque. "Vamos desocupar o máximo que puder e passar para os órgãos de controle externo para que eles tomem as providências cabíveis contra quem perdeu esses materiais. Esse estoque regulador é suficiente para abastecer todos os hospitais", disse.

 

A perda de medicamentos e insumos em recursos públicos é imensurável no momento, segundo o secretário, mas o que foi feito com a Saúde no Tocantins “é algo que indigna. Vamos buscar todos os meios para responsabilizar as pessoas que cometeram o desrespeito e desmando", declarou.

 

Pagamentos de servidores e fornecedores

Bonilha disse que o governador Marcelo Miranda priorizou a Saúde e o governo está fazendo o possível para pagar as dívidas para que o setor não pare, mesmo assim faltam medicamentos. Ele citou o pagamento da Litucera: "na terça-feira devemos pagar uma parcela dos atrasados, que giram em torno de 10 milhões" dos R$56 milhões em atraso e o restante deve ser parcelado, colocando em dia os meses normais.

 

"Estamos buscando, através dos instrumentos legais de compra, suprir pontualmente essas faltas", informou.

 

Samuel Bonilha afirmou ainda que o governo está trabalhando para pagar os plantões extras dos servidores da Saúde. "Já estamos com a nota técnica do Denasus, o que eles analisaram e em cima dessa nota é que vamos fazer auditoria e pagar o que é devido, cerca de cinco meses, de acordo com o Denasus. Todos os profissionais são atingidos", disse. Segundo o secretário, são R$ 47 milhões só de plantões extras.

 

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