Caciques negam interdição da BR-153 e dizem que troca de coordenador é necessária

Tudo começou quando o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Elon Krensul Xerente, afirmou que a exoneração de Marcelo Lucena tinha sido feita de maneira arbitrária

Crédito: Laiane Vilanova/T1 Notícias

Os caciques da Aldeia Salto, Aldeia Morrinhos e Aldeia Bom Jardim procuraram o T1 Notícias e afirmaram que a decisão de interditar a BR-153 por conta da exoneração do coordenador de Saúde Indígena, Marcelo Lucena, não é unanimidade entre o povo Xerente. Acompanhados do presidente da Associação indígena Wuarã e do presidente da Câmara Municipal de Tocantínia, os caciques atribuíram a informação de interdição da BR há um pequeno grupo. 

 

De acordo com o cacique Valcir Xerente líder da Aldeia Salto, a atuação de Lucena junto à população indígena estava deixando a desejar. "Eu não estou falando contra ele, contra a pessoa dele, mas sim sobre a atuação técnica. Já tem meses que estamos tendo dificuldade com o saneamento nas comunidades e nada foi feito", relatou. 

 

Já sobre a ameaça de interdição da BR, o cacique afirmou que o grupo estaria usando o nome da comunidade. "Eu desconheço esse plano de interdição, ninguém me procurou na comunidade, eles estão usando o nome da povo indígena", completou. 

 

Divergência de ideias

 

Tudo começou quando o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Elon Krensul Xerente, afirmou que a exoneração do coordenador de Ssaúde Indígena Marcelo Lucena tinha sido feita de maneira arbitrária, sem ouvir a população Xerente. Ainda segundo Elson, a medida teria prejudicado a população pois com a mudança projetos foram interrompidos. 

 

Porém, para o cacique Raimundo Xerente, líder da Aldeia Bom Jardim, a população índigena estava pedindo pela saída de Marcelo Lucena e  manifestação feita pelos membros do Conselho não representa a população indígena. "Na minha aldeia estamos precisando de filtros para puxar a água do córrego, eu já tinha falado com o coordenador, mas ele só respondia que estava comprando, porém o filtro nunca chegou pra gente", relatou. 

 

Geração de Conflitos

 

Ainda segundo Ivan Xerente, presidente da Câmara Municipal de Tocantínia, o antigo coordenador estava gerando conflitos e colocando aldeias umas contra as outras. "Nós não aceitamos isso, que uma pessoa venha e faça divisão na nossa área. A atenção básica precisa de uma pessoa para cuidar com um olhar técnico e não para agir de maneira política" afirmou. 

 

Nomeação 

Segundo os caciques, um novo coordenador já foi direcionado para a vaga de coordenador de Saúde Indígena no Estado e já está atuando. O T1 Notícias contactou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsável pela coordenação dos Distritos Sanitários Especiais de Saúde (DSei) para que se manifestasse sobre o caso e aguarda uma resposta. 

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