Campanha Nacional de Coleta de DNA chega ao TO com atendimentos de 5 a 15 de agosto

Ação é voltada a familiares de pessoas desaparecidas e será realizada em 12 municípios do estado

Crédito: Hiago Muniz/Governo do Tocantins

Familiares de pessoas desaparecidas no Tocantins poderão participar da edição 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), entre os dias 5 e 15 de agosto. A iniciativa, realizada em parceria com as Secretarias de Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal, tem como objetivo ampliar a identificação de pessoas desaparecidas por meio da comparação de perfis genéticos coletados com os registros armazenados nos bancos de dados estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

 

No Tocantins, a campanha, que está sob responsabilidade do delegado Luciano Cruz, será realizada em 12 municípios, com postos de coleta organizados pelas autoridades locais de segurança pública. Os atendimentos são gratuitos e voltados exclusivamente a familiares de pessoas desaparecidas. Para realizar a coleta, é necessário apresentar documento de identificação e, se possível, informações sobre o desaparecido, como boletim de ocorrência e fotografias.

 

O projeto foi apresentado em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO) na manhã desta terça-feira, 5, em Palmas. “Esta fase da campanha consiste na coleta do material genético dos familiares de pessoas desaparecidas. Além disso, nas delegacias onde há casos de desaparecimento ainda não solucionados, será verificado se já houve coleta do DNA dos familiares envolvidos. Infelizmente, o desaparecimento é um fenômeno que ocorre continuamente, e sempre há casos de pessoas desaparecidas por períodos prolongados. Por isso, a campanha é essencial para coletar o material genético das famílias e possibilitar a comparação dos perfis nos bancos estadual e nacional”, destacou Luciano. A campanha chega à sua terceira edição. Em 2024, foram coletadas 1.645 amostras e identificadas 35 pessoas em todo o país.

 

Ao representar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a coordenadora-geral de Modernização Tecnológica da diretoria do Sistema Único de Segurança Pública (DSUSP), Beatriz Marques Figueiredo, participou da coletiva em Palmas e reforçou o papel estratégico da campanha. “Sabemos que o desaparecimento de uma pessoa é, talvez, o momento mais dramático para uma família, que fica sem respostas e sem saber o paradeiro do ente querido. E esse material que será coletado é uma ferramenta essencial para trazer certezas às famílias. Essa campanha visa conscientizar a população, especialmente os familiares de pessoas desaparecidas, sobre a importância da doação de material genético. A doação é feita apenas uma vez, mas fortalece toda a rede de bancos, permitindo o cruzamento nacional dos dados para ajudar a localizar essas pessoas”, explicou. 

 

O chefe do Laboratório de Genética Forense, Marciley Alves Bastos, explica que o processo de coleta é indolor. “A coleta é simples e indolor, realizada com uma esponja que é inserida na parte interna da bochecha. Não é necessário nenhum preparo prévio, como jejum. O material coletado será usado exclusivamente na busca por pessoas desaparecidas, não sendo utilizado para nenhum tipo de confronto policial”, informou.

 

Os dados serão usados pela Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (Polinter) nas investigações. O delegado Douglas Carreiro afirma que o cruzamento de informações pode ajudar em eventuais identificações, uma vez que é comum que pessoas idosas ou com deficiências intelectuais não se lembrem de dados pessoais ao serem localizados. “Em muitas investigações, chegamos a um limite em que não conseguimos identificar a pessoa desaparecida. É nesse ponto que essa campanha se torna fundamental, pois permite que as famílias forneçam material genético para ser incluído nos bancos de perfis genéticos estaduais, federais e até internacionais. Isso amplia as possibilidades de cruzamento de dados e contribui significativamente para a identificação dessas pessoas,” destacou.

 

Para participar, é necessário que o familiar tenha um boletim de ocorrência de desaparecimento, registrado em qualquer unidade federativa, e apresente seus próprios documentos pessoais. A preferência é por parentes de descendência ou ascendência direta, como os pais ou filhos. Na ausência destes, a coleta pode ser feita com irmãos ou até por objetos de uso pessoal, como escovas de dentes ou pentes.

 

O secretário de Segurança Pública, Bruno Azevedo, destacou que a iniciativa integra os esforços da Polícia Civil para assegurar que nenhum caso de desaparecimento fique sem resposta no Tocantins. “Essa campanha nacional de coleta de dados de DNA de familiares de desaparecidos é uma medida extremamente importante, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que visa oferecer mais instrumentos para localizar pessoas desaparecidas em todo o país. No Tocantins, a coleta será feita entre os dias 5 e 15 de agosto, no Laboratório Genético Florence e nos Institutos Médicos Legais. Orientamos a população a apoiar essa iniciativa, para que o banco se torne mais robusto e facilite o trabalho investigativo dessas ocorrências que afetam tantas famílias”, afirmou. 

 

O diretor de Perícia Criminal, Wanderson Santana Rocha, destacou que o Tocantins possui laboratório próprio para exame de DNA, método essencial e confiável para identificar desaparecidos. O estado está integrado ao banco nacional de perfis genéticos, o que permite o cruzamento de dados entre as unidades da federação e facilita a localização de pessoas desaparecidas em qualquer região do país.

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