Casa de Apoio Vera Lúcia comemora dez anos de trabalho social e muita história

Há dez anos a Casa de Apoio Vera Lúcia vem se tornando referência social e palco de muitas histórias comoventes, como o reencontro de duas irmãs que não se viam há 43 anos

Irmãs se reencontraram após 43 anos na casa
Descrição: Irmãs se reencontraram após 43 anos na casa Crédito: Divulgação

A Casa de Apoio Vera Lúcia, comemora dez anos e o que era para ser uma casa para acolher pessoas que vão a Palmas acompanhar parentes ou amigos que estão internados em hospitais públicos da cidade, tornou-se, além da sua função social, palco de histórias comoventes e encantadoras nesses dez anos de existência.

 

Foi lá, por exemplo, onde as irmãs Naídes Souza, de Araguacema,  e Ana da Silva, de Alvorada, se encontraram após 43 anos separadas. Elas só tiveram convívio familiar até os dez anos de idade. A primeira permaneceu com os pais biológicos, já a segunda foi entregue à uma família adotiva. 

 

O reencontro delas na Casa de Apoio Vera Lúcia aconteceu em setembro de 2015, ocasião em que ambas foram hospedadas no local para um tratamento de câncer de mama. “Essa Casa existe para nos unir, não temos dúvidas disso. Apesar da dor, uma doença nos trouxe até aqui mas agora estamos juntas para sempre”, afirmou Ana.  “Esse nosso encontro é uma emoção sem limites”, descreveu Naídes, cheia de planos e sem desgrudar da irmã.

 

Ildamara da Costa Gonçalves também é uma hóspede que se emociona ao falar da Casa de Apoio, é lá onde Cauã (in memorian) passou uma boa parte da vida. “Quando passo em frente à Casa de Apoio, choro de felicidade. Lá, fomos acolhidos com amor e foi onde aprendi a amar o próximo”.

 

A esperança pela cura de um câncer de Cauã uniu Ildamara a Benevaldo Machado da Silva, este acompanhava o filho Thayllon Bruno, de cinco anos de idade acometido pela mesma doença. Os garotos dividiam o mesmo quarto do hospital, enquanto os pais dividiam as mesmas dores e esperanças.

 

A relação de confiança entre eles, a troca de experiência e afinidade foi crescendo no decorrer de dois anos, resultando em um pedido de namoro, noivado e depois casamento.

 

Ildamara era de Colinas (TO) e Benevaldo, de Sampaio (TO), mas foi em Palmas que a história deles começou embora o casal deixa claro que nunca aconteceu qualquer envolvimento dentro da Casa pelo respeito em si com as regras e com os demais hóspedes.

 

Passados dois anos, Ildamara tenta superar a morte de Cauã, mas é forte a memória do filho quando se refere à Casa. “Porque era lá onde ele gostava de estar e ficar e onde viveu os melhores momentos da vida dele”, emociona-se.

 

São inúmeros outros casos de histórias para contar sobre os hóspedes que vêm e voltam e até os que permanecem na Casa de Apoio Vera Lúcia, e, embora as histórias sejam individuais, a solidariedade é comum a todos. Desta forma define a gerente do lugar, Alessandra Pereira. “Aqui existe um espírito de união que transcende qualquer dor ou sofrimento. Todos são solidários uns aos outros, e essa solidariedade também vem dos nossos parceiros e voluntários que nos ajudam sempre”, afirma.

 

Casa

A Casa de Apoio Vera Lúcia foi inaugurada em 18 de abril de 2006, no segundo mandato do Governador Marcelo Miranda apoiada pelas ações sociais da Primeira-Dama e deputada federal Dulce Miranda.  A Casa foi aberta com o propósito de acolher os acompanhantes dos pacientes vindos de diversas partes do Tocantins e Estados vizinhos que chegam a Palmas e não tinham e nem têm onde se hospedarem e nem dinheiro para custear despesas com hotel.

Desde a sua inauguração já passaram por lá aproximadamente 103 mil pessoas.

 

Estrutura

 

A Casa de Apoio pode receber até 100 hóspedes. O local possuí uma área arborizada que facilita a interação entre os clientes, e é  equipado com beliche, cozinha, brinquedoteca, sala interdisciplinar, parquinho e capela. O lugar está localizado na 203 (Sul), a 200 metros do hospital HGP.

 

Os clientes recebem três alimentações diárias, café da manhã, almoço e janta, e ainda tem um cronograma diversificado de atividades de lazer, além de orientação psicológica e pedagógica e assistência social. “Respeitar o ser humano em sua essência e dignidade é uma das bandeiras defendidas pelo Governador Marcelo Miranda, e por isso não medimos esforços para que o nosso hóspede sinta-se, apesar dos obstáculos, verdadeiramente acolhidos por todos nós”, diz a secretária do Trabalho e Assistência Social (Setas), Patrícia Amaral.

 

 

 

 

 

Comentários (0)