Com pagamentos atrasados, médicos decidem parar plantões extras no HGP

Os médicos do HGP emitiram um comunicado à direção da unidade e à Sesau explicando que com a falta de pagamento e as más condições de trabalho irão paralisar a realização de plantões extras

Médicos reclamam de superlotação no HGP
Descrição: Médicos reclamam de superlotação no HGP Crédito: Bonifácio/T1Notícias

A partir de novembro, os médicos que atuam no Hospital Geral de Palmas não realizarão mais plantões extras caso a Secretaria de Estado da Saúde não efetue o pagamento dos plantões atrasados, além de criar uma planilha para os pagamentos e melhorar as condições de trabalho, com ações como a aquisição de material. A informação foi obtida pelo T1 Notícias com exclusividade nesta terça-feira, 27.

 

De acordo com o comunicado enviado pela Equipe Médica da unidade hospitalar à Direção do HGP e à Sesau, “o interesse em não mais realizar as horas extraordinárias para completar as escalas da clinica médica no Hospital Geral de Palmas se dá por causa do abuso e falta de respeito para com os profissionais médicos do estado, onde trabalhamos em locais sem condições de trabalho, superlotação e principalmente o não pagamento das indenizações das horas extras em data fixa, mais o não pagamento do bônus do OS e adicionais noturno”.

 

O T1 conversou com médicos dos HGP que relataram que já procuraram a diretoria do Hospital e a secretaria por diversas vezes, mas não teve uma resposta satisfatória. Um dos profissionais relatou que em reunião com o secretário da Saúde, Samuel Bonilha, na Etsus, em Palmas, na manhã desta terça-feira, 27, o gestor disse que não tem dinheiro para pagar a insalubridade e fez a proposta de suspender os pagamentos para rever a situação.

 

Simed apoia decisão dos médicos

Em entrevista ao T1, no início da tarde desta terça-feira a presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins, Janice Painkow, disse que a decisão dos médicos é coerente porque eles não são obrigados a realizar plantões extras sem receber os pagamentos. “A decisão foi tomada pelos médicos em resolução interna dos profissionais do HGP, mas eles seguiram uma deliberação que já existe no sindicato. Os plantões extras não são uma obrigação, cada profissional decide se vai ou não fazer, agora, o sindicato entende que se não estou recebendo pelo serviço prestado então não tenho que fazê-lo”, disse.

 

 

Com relação aos questionamentos levantados com relação aos pagamentos e a reunião realizada na manhã desta terça com o secretário Samuel Bonilha, a Secretaria de Saúde do Estado explicou por meio de nota, detalhando pontos que foram questionados.

 

Secretaria de Estado da Saúde

Nota de Esclarecimento

 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que:

 

1. Em nenhum momento o secretário de Estado da Saúde, Samuel Bonilha, afirmou que o Estado não vai pagar 13º salário, insalubridade e outros benefícios já conquistados pelos servidores;

 

2. Durante a reunião mencionada, o secretário destacou que o Governo do Tocantins está empenhado em garantir o pagamento em dia de todos os benefícios dos servidores públicos da saúde, apesar das dificuldades financeiras;

 

3. A Secretaria da Saúde está realizando o pagamento dos plantões extras conforme a disponibilidade financeira do Estado e o último pagamento foi feito no dia 20 de setembro, referente ao mês de junho/2015;

 

4. Vale destacar que a apuração para pagamento dos plantões extras ocorre de dois em dois meses e os esforços estão sendo feitos para honrar esses compromissos dentro do prazo previsto;

 

5. Apesar das dificuldades, a secretaria da Saúde e o Governo do Tocantins continuam abertos ao diálogo, repassando aos representantes dos servidores todas as informações sobre os cronogramas de pagamento, numa relação franca e respeitosa;

 

6. Por fim, a Secretaria da Saúde confia na sua equipe de trabalho e agradece a compreensão dos servidores da pasta.

 

 

Palmas - TO, 27 de outubro de 2015.

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