"Como um carro amassado, mas dá para recuperar" diz presidente sobre Igeprev

Rodrigo Alexandre Gomes de Oliveira, atual presidente do instituto declarou que enquanto tiver a chance de brigar para recuperar o dinheiro ele não poderá assumir que esse capital está perdido

Presidente do Igeprev Rodrigo Alexandre
Descrição: Presidente do Igeprev Rodrigo Alexandre Crédito: Eduardo Azevedo
O presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins (Igeprev), Prof. Rodrigo Alexandre Gomes de Oliveira, admitiu em entrevista concedida ao T1 Notícias que havia irregularidades na aplicação do dinheiro do instituto.
 
“A partir do momento em que a lei fala que você não pode aplicar mais do que 25% em fundo, você está irregular. Isso é ponto pacífico e não se discute. Eu não vou debater isso, se eu for tentar discutir estarei cometendo um erro e eu não estou aqui para defender ninguém. Eu ainda não tenho a materialidade disso, mas assim que eu tiver eu vou mostrar a todos vocês”, declarou Oliveira. .
 
Para explicar como estaria atualmente a situação do Igeprev, levando em consideração os investimentos realizados na gestão passada, de Rogério Villas Boas, Oliveira utilizou uma metáfora de uma batida de um carro. “Um veículo bateu, ele amassou. Dá para recuperar? Dá para recuperar. Capotou setes vezes e um elefante caiu em cima dele. Perda total. Dá para recuperar? Não dá. Essa é a diferença. Nós ainda estamos na questão do amassado do carro. Amassou? Amassou. Bastante? Bastante. Dá para recuperar? Dá”, disse o presidente.
 
Sobre a possibilidade de recuperar o dinheiro que está em fundos de investimento, o presidente declarou que o resgate só sera feito com sua autorização. "Me questionam, mas professor tem um fundo ali que tá perdendo dinheiro todo dia. O Senhor tá preocupado? Estou, mas mais preocupado deveria estar quem colocou o dinheiro lá. Se eu recuperar esse recurso agora eu cesso a materialidade da responsabilidade de quem colocou o dinheiro lá. Ai eu recupero esse dinheiro, só que com um  prejuízo enorme. Então será um ato irresponsável meu”, disse.
 
Perdas
 
Oliveira explicou que não existe crime ou ilegalidade em investir em fundo privado, contanto que fique dentro do que a lei preconiza que são 25% de um fundo de investimentos, isto é, se um fundo, por exemplo, tem 100 milhões de capital só poderá ser investido 25 milhões. “O que me chamou a atenção é o fato de nós estarmos participando de tantos fundos acima dos 25%”, explicou o presidente do Igeprev.
 
Sobre uma estimativa de quanto o instituto já teria perdido efetivamente, que segundo o Ministério da Previdência já chegaria a R$ 153 milhões, Oliveira afirmou que é necessário contabilizar e fazer o provisionamento contábil dos nossos balanços.  “O Igeprev só vai assumir essa perda, ou seja, o dinheiro não existe mais, depois que nós tomarmos algumas atitudes que nós estamos tomando agora, como questionar judicialmente essas perdas. Enquanto tiver a chance de brigar para recuperar o dinheiro não vamos assumir que esse capital está perdido”, afirmou.
 
Bancos quebrados
 
Sobre os investimentos feitos em bancos que seriam liquidados, Oliveira negou que o insituto tenha feito aplicação no Banco BVA, extrajudicialmente liquidado pelo Banco Central. “O Igeprev não aplicou dinheiro diretamente neste banco ele aplicou em fundos e esses aplicaram no BVA. Assim como várias outras instituições fazem”, declarou.
 
Ele garantiu que quando há perdas por liquidação de órgãos, como ocorreu com o BVA, existe um fundo de onde pode ser recuperado o dinheiro perdido. “Existe uma instituição chamada de Fundo Garantidor de Crédito, que foi criada no âmbito do sistema financeiro nacional para evitar fraudes no sistema. Se alguém fez algum investimento em bancos que quebraram nos últimos 20 anos, ele garante, dependendo do papel que o senhor tenha aplicado”, explicou. 
 
Servidores
 
Sobre os possíveis problemas que poderiam ocorrer na aposentadoria dos servidores do Estado, ele assegurou que não acredita que haja complicações. “Minha vinda para cá foi justamente para resgatar a segurança para o servidor público estadual. Tudo aquilo que estiver dentro da minha capacidade técnica vai ser feito”, finalizou o presidente.
 
 
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