Comportamento de cão farejador alerta bombeiros na busca por Bruno Karajá

Buscam completam 11 dias nesta quinta-feira, 1º de fevereiro; menino está desaparecido desde o dia 21 de janeiro

Crédito: Divulgação

As intensas buscas pelo menino indígena Bruno Karajá, de 11 anos, que desapareceu na região da Ilha do Bananal, no Tocantins, no dia 21 de janeiro, ganharam um novo fôlego. No final da tarde de ontem, 31, os militares do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins notaram um comportamento diferente do cão farejador que fazia varredura com a equipe. Este indício levou a equipe a concentrar hoje, 1º, as buscas em um ponto de interesse situado a 7 km de distância da base central.

 

A área onde Bruno desapareceu está localizada entre os municípios de Santa Terezinha (MT) e Pium (TO), em uma região de divisa entre os dois estados. O menino é residente da Aldeia Macaúba, na Ilha do Bananal.

 

A operação entra em seu 11º dia e o contingente de resgate é composto por três militares do Corpo de Bombeiros do Tocantins, um drone e um cão farejador. Além disso, três militares de Mato Grosso, dois cães, dois drones e um membro do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) do Tocantins estão empenhados na busca incansável pelo paradeiro de Bruno.

 

A comunidade local e equipes de resgate mantêm-se unidas na esperança de que os esforços concentrados e o apoio dos cães possam levar ao retorno seguro do menino desaparecido. A busca continua intensa, com a determinação de encontrar Bruno Karajá. 

 

Sepot auxilia nas buscas

A Secretaria de Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot) uniu-se pessoalmente às buscas pelo menino indígena Bruno Karajá, de 11 anos, desaparecido desde o dia 21 de janeiro na Aldeia Macaúba, entre os municípios de Pium (TO) e Santa Terezinha (MT), na Ilha do Bananal. Desde o começo, a Pasta tem acompanhando o caso e o andamento das buscas, com a realização da interlocução e integração entre órgãos envolvidos na procura da criança.


Desde a semana passada, servidores da Sepot estão auxiliando nas buscas da criança com o auxílio de operacionalização de drone, mas a mobilização estende-se além das operações de busca. A Sepot também tem apoiado também a alimentação para as equipes e a articulação de atendimento de saúde aos familiares que encontram-se em sofrimento - enlutadas pelo não retorno da criança há 11 dias.



“Nós sabemos que é um momento muito difícil para a comunidade, mas estou certa que todas as instituições estão empenhadas em fazer todos os esforços para continuar as buscas, respeitando a cultura tradicional. O trabalho que fizemos aqui é piloto. E nós estamos mantendo a esperança”, disse a secretária da Sepot, Narubia Werreria, que também se juntou à mobilização, em Macaúba.



Com cerca de 50 pessoas envolvidas nas buscas, entre indígenas, representantes de órgãos de proteção aos povos indígenas e forças de segurança, as operações acontecem por terra, água e ar. Drones termais, barcos, cães farejadores e aeronaves são alguns dos recursos utilizados para localizar Bruno. A comunidade local e as equipes permanecem unidas na esperança de encontrar o menino são e salvo.


Respeito à cultura

Ao longo de mais de 10 dias, as equipes de busca e apoio se envolveram, também, na cultura local. Ainda na primeira semana do desaparecimento houve o falecimento de uma pessoa da aldeia, o que intensificou o sofrimento da comunidade e trouxe um novo elemento para as equipes que se viram envolvidas em torno das crenças Iny sobre a morte e os espíritos, o que vem sendo compreendido e respeitado em todo o processo.



Com boa parte da equipe de busca composta por moradores locais, que se embrenharam na mata num trabalho conjunto, coordenado pelos bombeiros, a mobilização foi intensificada, bem como cresceu a necessidade de suprimento às necessidades alimentares das equipes. Ao longo dos dias, juntaram-se às buscas agentes da polícia; cães farejadores; técnicos da Sepot e do Naturatins; médico, enfermeiros e psicólogos da saúde indígena do Tocantins e Mato Grosso.



Para dar suporte às equipes, a secretária Narubia Werreria encaminhou alimentos à Aldeia Macaúba, para atender aqueles que deixaram suas atividades do dia a dia para se juntar às buscas.



Apoio

A Sepot tem mantido articulação com caciques, com a Fundação dos Povos Indígenas (Funai), o Distrito Sanitário Indígena (Dsei),  a Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai de Santa Terezinha (MT), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar (GRAER), o Corpo de Bombeiros Militar (CBM/TO), o Centro Integrado de Operações Aéreas do Tocantins (CIOPAER/TO), a Secretaria da Segurança Pública (SSP/TO) e a Polícia Militar (PM).
 

Comentários (0)