Concurso da Polícia Militar pode ser anulado após recomendação do Ministério Público

Foi definido prazo de 15 dias úteis para que o Governo do Estado anule o concurso público

Recomendação foi expedida nesta sexta-feira, 25
Descrição: Recomendação foi expedida nesta sexta-feira, 25 Crédito: Ronaldo Mitt

Diversos casos de fraude registrados em Inquérito Civil Público e Inquérito Policial motivaram o Ministério Público a expedir, nesta sexta-feira, 25, recomendação ao Governador do Estado, Mauro Carlesse, e ao comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Tocantins, coronel Jaizon Veras Barbosa, para que seja anulado o concurso público para o quadro de soldados da PM do Tocantins.

 

A recomendação expedida pelo Procurador-Geral de Justiça, José Omar de Almeida Júnior, relata apreensão de aparelhos celulares nos locais de prova nos municípios de Palmas e Araguaína, e a confirmação de que 35 números de telefone receberam os gabaritos das provas aplicadas.

 

Para o Ministério Público Estadual, considerando que quase 70 mil candidatos foram prejudicados pela divulgação ilícita do gabarito da prova, além do risco da Polícia Militar aceitar em seus quadros candidatos com reputação criminosa, não há possibilidade de continuidade do concurso público.

 

O certame da PM/TO “foi alvo de uma fraude engendrada por um grupo criminoso extenso, composto por integrantes de diferentes Estados”, conforme registrado no relatório de conclusão do inquérito civil.

 

O MPE definiu um prazo de 15 dias úteis para que o Governo do Estado anule o concurso.

 

Entenda

 

No mês de novembro de 2018, a 28ª Promotoria de Justiça da Capital apurou que houve quebra de sigilo das provas da fase objetiva, aplicadas em 11 de março, fato que comprometeu a credibilidade do certame. De acordo com o inquérito policial remetido ao Ministério Público, a ineficiência dos fiscais e o defeito no detector de metais permitiram que aparelhos celulares fossem escondidos em lixeiras de banheiros dos locais onde as provas eram realizadas para que, posteriormente, próximo ao final do período de aplicação das provas, os candidatos retornassem ao local e recebessem o gabarito via mensagem.

 

A empresa Assessoria em Organização em Concursos Públicos Ltda. (AOCP Concursos Públicos), contratada para executar o planejamento da primeira etapa do concurso, deve responder por todos os ônus decorrentes da quebra de sigilo.

 

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