A ocupação de uma área de 300 mil metros quadrados pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) coloca em risco a vida de pelo menos 50 crianças e mulheres grávidas em Augustinópolis, na região do Bico do Papagaio, de acordo com denúncia de lideranças do movimento.
A ocupação aconteceu na madrugada de domingo, 24, quando cerca de 300 famílias ocuparam uma área que alegam ser de propriedade da União e que teria sido doada pelo município para uma associação de fazendeiros.
De acordo com o coordenador estadual do MNLM, ex-vereador Bismarque do Movimento, “a situação é extremamente grave e se as autoridades não tomarem providências, crianças e mulheres correrem risco de serem mortas”, afirmou Bismarque ao Portal T1 Notícias.
No centro da disputa estaria o esposo da atual prefeita, Antonio Ayres de Almeida, conhecido como “Antonio do Bar”, que estaria liderando o movimento para expulsar as famílias da área ocupada. De acordo com o coordenador estadual do MLMN “as famílias estão sendo ameaçadas por jagunços armados e a polícia não toma providências para coibir este tipo de coisa. Queremos que a polícia faça o desarmamento e prenda os jagunços”, afirmou Bismarque.
Ameaças
Bismarque informou também que na noite de segunda-feira, 24, homens a cavalos e armados com revólveres e pistolas adentraram no local destruindo e colocando fogo nos barracos. Uma mulher grávida passou mal e teve que receber atendimento médico.
Na terça-feira, 26, pela manhã, o grupo teria procurado a delegacia de polícia, mas não teria conseguido registrar o boletim de ocorrência. Lideranças do movimento teriam sido torturadas e recebido ameaças de morte. “Queremos que a Secretaria da Segurança Pública e o Comando da Polícia Militar reforcem a segurança na cidade sob pena de pessoas que lutam pela moradia perderem a vida”, disse Bismarque.
O coordenador do MNLM argumenta que há uma orientação do Governo Federal para que as terras públicas da União, localizadas em áreas urbanas, sejam destinadas a construção de moradias de interesse social. “Aquela área pertence à União e deve ser destinada para a construção de moradias”, defendeu Bismarque.
Delegado instaurou inquérito
O delegado de Agustinópolis, Eduardo Morais Artiaga, negou que os denunciantes não tenham sido atendidos. “Eles vieram até a delegacia e acusaram os supostos donos da área de ameaças. Instauramos um inquérito criminal e comunicamos ao Ministério Público”, informou o delegado.
Já o Major Casabranca, responsável pelo 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, informou que a Justiça determinou a reintegração de posse da área e a Polícia Militar poderá cumprir a reintegração a qualquer momento. O militar não quis revelar o dia que será executada a ordem judicial. “A ordem de serviço já foi expedida, mas não podemos informar o dia e horário do cumprimento”, afirmou.
O Portal T1 Notícias também tentou contato com “Antonio do Bar”, mas não obteve sucesso.
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