Coordenador do HGP diz que atrasos de plantões levam médicos a deixar unidade

O coordenador da clínica médica do HGP, Hugo Magalhães disse que atrasos em pagamento de plantões chega a seis meses e muitos médicos estão deixando de trabalhar na unidade

Coordenador diz que médicos estão deixando HGP
Descrição: Coordenador diz que médicos estão deixando HGP Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O médico Hugo Magalhães usou sua página no Facebook na madrugada de sábado, 2, para expressar seu descontentamento diante da relação entre os médicos lotados no Hospital Geral de Palmas e a Secretaria de Saúde do Estado. Na publicação, o coordenador da Clínica Médica da unidade disse que “é doído ver grandes profissionais e pessoas fantásticas deixarem a cidade e muitas vezes o Estado por causa dos maus tratos que sofremos como servidores. Desde que entrei no concurso para trabalhar no HGP só vejo as condições de trabalho piorar e consequentemente a piora das condições dos pacientes”.

 

Hugo Magalhães comentou que um dos principais motivos para a perda de médicos na unidade é o constante atraso nos pagamentos dos plantões extras e ainda, por falta de plantonistas, muitos ultrapassam as horas limites e deixam de receber. “Hoje vivemos com atrasos nas horas extras de mais de seis meses, dos quais não temos nem a garantia de que serão pagos em sua totalidade, com regras absurdas para não serem pagas ou justificativas esdrúxulas para não receber do tipo: você trabalhou demais então não vamos pagá-lo (por excedente de trabalho adequado para uma pessoa), porém se trabalhamos demais é porque não existem profissionais suficientes para cobrir todo o serviço”, explicou o coordenador.

 

Com relação à necessidade de mais profissionais, Hugo Magalhães disse que “ver grandes médicos sem interesse de se dedicar ao serviço publico e ter menos médicos atendentes na maior emergência do estado, desanima demais continuar no SUS. Esse problema já foi alertado ao antigo secretário de saúde (Samuel Bonilha) e agora também ao novo secretário (Marcos Musafir) que insiste em ignorar, que mais cedo ou tarde não haverá médicos suficientes para cobrir o hospital. Entenda: um médico realizando 40h como servidor do estado, inicial, recebe menos que um médico da atenção básica do posto de saúde, tendo uma carga emocional muito maior; e recebe menos da metade do que recebe um médico do programa Mais Médicos, do governo federal, que também trabalha em unidades básicas de saúde. Ai vem o atual secretário dizer que é para nos contentarmos, porque o médico do Rio de Janeiro recebe muito menos. Total falta de respeito e uma discrepância da realidade local e estados próximos”.

 

Ao Portal T1 Notícias o médico disse que já notificou diversas vezes a direção do HGP e a gestão da Sesau, quanto à necessidade de aumentar a quantidade de médicos na unidade para manter os plantões, porém até o momento não houve uma resposta satisfatória da pasta.

 

O T1 Notícias entrou em contato com a Secretaria de Saúde ainda na manhã de sábado, 2, para apurar as informações publicadas pelo médico e ainda buscar um esclarecimento do secretário Marcos Musafir, quanto ao que foi citado por Hugo Magalhães, mas até o momento não obteve retorno. O espaço continua aberto.

Comentários (0)