COP 23 encerra definindo regras do Acordo de Paris; Brasil reafirma compromisso

Cerca de 200 países reafirmaram o seu compromisso em Bonn; Estados Unidos ficou fora do Pacto

A COP presidida por Fiji e realizada em Bonn na Alemanha, terminou na madrugada deste sábado, 18, com a aprovação de um documento que começa a definir as regras do acordo de Paris relacionado com o combate a mudança do clima, cerca de 200 países reafirmaram o seu compromisso em Bonn, apesar da saída dos Estados unidos do acordo de Paris.

 

O primeiro ministro de Fiji, Frank Bainimarama, presidente da COP 23 considerou que o texto aprovado na conferência é um passo adiante para avançar na implementação do acordo de Paris alcançado em 2015, no entanto, sua implementação precisa ser mais ágil e rápida.

 

Os negociadores de um grande número de países, entre eles o comissário Europeu de Ação para o Clima, Miguel Canhete (que esteve no estado do Tocantins em 2013, quando era ministro da Agricultura e do meio ambiente da Espanha) reconheceram que depois da COP23 abriu-se um ano intenso de trabalho e reuniões diplomáticas, pois ainda há muito trabalho pela frente. Segundo Canhete, ainda falta concluir o texto de regras referentes ao acordo de Paris, que deve ser finalizado em dezembro de 2018.

 

“Se trata do mecanismo de revisão dos compromissos nacionais de redução de emissões do acordo de Paris e o financiamento que os países Ricos vão destinar aos países em desenvolvimento para mitigação e adaptação do aquecimento global”, explicou.

 

A questão de quem paga a conta, ou seja do financiamento atrasado até às 5 horas da manhã a adoção de um acordo, em que os países em desenvolvimento exigiam dos países ricos que reportassem com dois anos de antecedência quanto dinheiro e em que prazos iriam aportar, com o objetivo de que pudessem saber com que fundos poderiam contar.

 

A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris só se materializará em 2020, fato que criou um clima de desconfiança geral nos países em desenvolvimento que de maneira unânime, pressionaram o resto dos países ricos que permanecem comprometidos para que o financiamento seja assegurado.

 

Os países em desenvolvimento conseguiram que o Fundo de Adaptação do Protocolo de Kyoto seja mantido no Acordo de Paris ( em valores atuais algo em torno de 350 milhões de dólares). Outras concessões como as que os países ricos apresentem um informe transparente e detalhado de quanto dinheiro vão aportar até 2020, e o que estão realizando a nível interno antes desta data, quando entra em vigor o acordo de Paris, que pela primeira vez trás obrigações para todas os países.

 

Ainda na COP 23 foi desenhado o chamado diálogo de Talanoa, no qual os países deverão prestar contas na próxima conferência de como vão implementar e aumentar os compromissos assumidos de redução de emissões de gases para atingir o objetivo que se comprometeram para que possam manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos dois graus célsius.

 

A COP 23 serviu também para avaliar que a administração Trump “ vive em um Universo paralelo com sua obsessão por promover os combustíveis fosseis.”

 

Com a adesão da Síria no acordo de Paris durante a COP 23, os Estados Unidos ficou totalmente isolado como único pais fora do pacto, apesar de a sociedade americana ter demonstrado que segue dentro do acordo de Paris, atendendo uma série de encontros por onde estiveram governadores, cientistas e personalidades Estados Unidenses, demonstrando apoio ao Acordo de Paris.

 

A COP 23 encerrou com um plano de Ação de Gênero em Matéria climática, e com uma plataforma que permitirá as comunidades indígenas 370 milhões de pessoas a ter voz nas negociações.

 

O primeiro Ministro de Fiji concluiu recordando aos países que “todos estamos em uma mesma canoa. Os impactos podem variar, mas nenhum pais pode escapar dos danos da mudança climática”. 

 

A canoa esta a partir deste momento nas mãos da Polônia que deve conduzir com muita diplomacia. Para alcançar o êxito no seu próximo destino , A conferencia do Clima de Katowice (COP24), em dezembro de 2018. O Brasil se candidatou para sediar a COP 25 em 2019, provavelmente em Foz do Iguaçu.

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