Defensoria alerta sobre indígenas isolados por conta da cheia do Rio Formoso

Cerca de 40 indígenas Krahô, da Aldeia Takaywrá, a 40 km de Lagoa da Confusão, estão em situação de completo isolamento

Indígenas Krahô estão em completo isolamento
Descrição: Indígenas Krahô estão em completo isolamento Crédito: Defensoria Pública

Em razão da cheia do Rio Formoso, Cerca de 40 indígenas Krahô, da Aldeia Takaywrá, a 40 km de Lagoa da Confusão, estão em situação de completo isolamento. Conforme constatação do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) Gurupi da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), os indígenas estão em situação de calamidade pública.


A equipe do Núcleo realizou atendimento coletivo na comunidade e constatou a situação de calamidade. De acordo com o defensor público Leandro Gundim, coordenador do Nuamac Gurupi, a maioria da comunidade é formada por idosos e crianças, que ’sobrevivem’’ em uma situação de vulnerabilidade social extrema, falta de saneamento e tratamento de água. “Constatamos uma situação de desrespeito aos direitos humanos, quando toda uma comunidade está sendo exposta a risco de propagação de doenças. Não havia condições mínimas, naquele momento, sequer de moradia digna no local”, disse. A situação foi verificada no último dia 23.


Segundo o Defensor Público, por não ter lugar apropriado para fazer suas necessidades fisiológicas básicas, os indígenas são forçados a utilizar da água dos rios para essa finalidade e utilizam água da mesma fonte para o consumo humano, lavar peças de vestuário e, ainda, lavar utensílios de cozinha. “Quase toda a área de terra firme que eles transitam está alagada, deixando os indígenas sujeitos a todos os tipos de doenças e impurezas”, destacou Leandro Gundim.


Ainda de acordo com Defensor Público, os animais criados na Aldeia, como porcos, galinhas, patos, cachorros, gatos, gado, também estão sendo prejudicados, já
que ingerem e defecam no Rio e, por falta de terra seca e alimento, estão morrendo afogados ou de fome. “Sem contar no aumento de outros animais, como onças, jacarés, cobras e capivaras que estão surgindo com o aumento das águas, comprometendo a segurança e a saúde desse grupo”, ressaltou.


Os jovens indígenas da Aldeia Takaywrá, que cursavam o Ensino Médio em Lagoa da Confusão, estão sem estudar, pois o ônibus escolar não consegue chegar até
um local em terra firme para buscá-los.


( Com informação do Jornalismo da Defensoria Pública-TO)

Comentários (0)