Defensoria Pública cobra medidas de ressocialização nas cadeias do Estado

A falta de trabalho e outras medidas de ressocialização foram apontadas como as principais causas para a reincidência e aumento da criminalidade...

Audiência da Segurança Pública
Descrição: Audiência da Segurança Pública Crédito: Ascom

A falta de trabalho e outras medidas de ressocialização foram apontadas como as principais causas para a reincidência e aumento da criminalidade pela defensora pública Cristiane Japiassú, durante Audiência da Segurança Pública. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira, 5, na Câmara de Vereadores de Araguaína, como parte dos trabalhos da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. 

Participaram da mesa diretora o deputado Sargento Aragão, presidente da Comissão; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Luiz Cláudio Benício; a defensora pública Cristiane Japiassú; o promotor de justiça Benedito Guedes; o delegado de Polícia Civil José Rerisson Macedo; o vereador Roosevelt Cormineiro; e o advogado da Associação dos Praças da Polícia Militar, Anderson Mendes. População e demais autoridades debateram no evento as deficiências do sistema, contando também com a participação da família do policial Dionedith Oliveira de Macedo, assassinado em Araguaína. 

Conforme a Defensora Pública, cada preso custa mais de dois salários mínimos aos cofres públicos, que são pagos com os impostos dos cidadãos. “O preso não só tem a obrigação de trabalhar, como tem o direito”, enfatizou. Ela problematizou também a questão dos presos provisórios e condenados na unidade Barra da Grota. “Qualquer cidadão pode ser preso por um delito simples é ir parar junto com um assassino condenado; é preciso mais investimento”, declarou. 

Já o advogado Anderson Mendes expôs as condições de trabalho dos militares. “Os policias trabalham sem estrutura; muitos se afastam devido a problemas de saúde, como transtornos psicológicos. Aqueles que ficam no interior arriscam suas vidas em viaturas caindo aos pedaços para garantir o registro de uma ocorrência, porque os delegados se concentram em cidades maiores. É inaceitável que 40% dos delegados se concentrem em Palmas”, concluiu Anderson Mendes. 

Em resposta, o Coronel Benício informou que estão sendo feitas articulações junto ao Governador para iniciar imediatamente outro processo de concurso para efetivar mais 1000 soldados na corporação. Segundo ele, o estado do Tocantins necessita de um efetivo de 7.980 policiais, contando hoje com 3.980 homens. 

O promotor Benedito Guedes questionou as prioridades escolhidas pelo poder público para investir verbas. “O cidadão bem-educado jamais ingressará no mundo do crime”, ponderou.

 

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