A defesa do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, esclareceu nesta terça-feira, 18, que ele foi formalmente habilitado no inquérito da operação Fames-19 em 15 de abril de 2024 e tem acesso regular ao processo desde então por meio de trâmites legais. Por meio de nota, a equipe técnica do chefe do Executivo Estadual destacou que a conversa mencionada na investigação da Operação Sisamnes, encontrada no WhatsApp dos suspeitos, ocorreu em 28 de junho de 2024 — quase três meses depois que a defesa do governador já tinha acesso integral ao processo, desde 15 de abril de 2024.
A nota destacou ainda que Wanderlei não é alvo da Sisamnes e nem foi citado no processo. A defesa reforçou que eventuais desdobramentos são de responsabilidade exclusiva dos investigados, não cabendo qualquer vinculação ao governador por atos individuais de terceiros. Além disso, foi esclarecido que Thiago Barbosa e Goianyr Barbosa, citados na investigação, não possuem vínculos com o Governo do Tocantins. Thiago era assessor do Ministério Público Estadual (MPE), e seu pai, Goianyr Barbosa, não ocupa cargo na administração estadual.
Leia a íntegra:
A defesa do Governador Wanderlei Barbosa esclarece que desde o dia 15 de abril de 2024 ele foi formalmente habilitado no inquérito da FAMES-19 junto com seus advogados, tendo, desde então, acesso regular ao processo por meio dos trâmites legais.
Dessa forma, não houve qualquer recebimento de informação privilegiada um vez que a conversa mencionada na investigação da Operação Sisamnes, encontrada no WhatsApp dos suspeitos, data de 28 de junho de 2024, quase três meses desde que a defesa do governador já possuía acesso integral ao processo.
Reforçamos que o Governador Wanderlei Barbosa não é alvo da investigação e nem foi citado no processo. Eventuais desdobramentos são de exclusiva responsabilidade dos investigados, não cabendo qualquer tentativa de vinculação ao governador por atos individuais de terceiros.
Destacamos ainda que Thiago Barbosa e Goianyr Barbosa, citados na investigação, não possuem qualquer vínculo com o Governo do Tocantins. Thiago era assessor do Ministério Público Estadual (MPE), e seu pai, Goianyr Barbosa, não ocupa cargo na administração estadual.
A defesa reitera sua confiança nas instituições e no devido processo legal, assegurando o direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.
Palmas, 18 de março de 2025.
Equipe Técnica de Defesa do Governador Wanderlei Barbosa
Entenda o caso
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 18 de março de 2025, uma operação no Tocantins para investigar a suposta participação de advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados em um esquema de vazamento de decisões judiciais. A ação, que cumpre quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, é um desdobramento da Operação Sisamnes, que apura crimes como obstrução de justiça, violação de sigilo funcional, corrupção ativa e passiva.
As ordens judiciais, expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), são cumpridas na sede do Ministério Público Estadual (MPTO) e em endereços ligados aos investigados. Além disso, medidas como afastamento de funções públicas, proibição de contato entre os envolvidos, recolhimento de passaportes e restrição de saída do país foram determinadas.
Os alvos da PF, conforme divulgado na coluna Política & Acessórias, assinada pelo jornalista Luiz Armando Costa, seriam o procurador de Justiça, Ricardo Valente, e o advogado Thiago Barbosa, que é assessor no gabinete do procurador.
As suspeitas sobre o suposto esquema de vazamentos começaram em 2023, após a polícia identificar mensagens no celular de um advogado assassinado em Mato Grosso. As conversas tratavam de uma suposta compra de sentenças. O caso foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que acionou a Polícia Federal. Durante as investigações, a PF identificou uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo STF.
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