O Tocantins é um dos estados que possui lugares para práticas de voo livre e atrai atletas e aventureiros em busca de paisagens deslumbrantes e condições ideais para praticar esse esporte radical. Cidades como Axixá, Babaçulândia, Porto Nacional e Palmas estão entre os destinos mais procurados no estado. Confira cada uma:
Axixá
O município de Axixá se destaca por abrigar uma das sete melhores rampas de voo livre do Brasil, atraindo pilotos de diversos estados e até do exterior. O local é especialmente procurado entre os meses de maio e dezembro, período de alta temporada para a modalidade.
Entre os nomes do esporte no estado está Adelmo, mais conhecido como Cabeça Fly. O piloto é o maior recordista de distância do Tocantins, com dois feitos históricos: em 2020, percorreu 228 km, e em 2023, ampliou seu próprio recorde para 289 km, partindo da rampa de Axixá e pousando na cidade de Quatro Bocas, no Pará, após sete horas de voo. Especializado em voo duplo, Cabeça Fly também ministra cursos e recebe turistas interessados em experimentar a adrenalina do parapente.
“Sou cearense, mas vim para o Tocantins em 2018. Dou cursos para quem deseja se tornar piloto e também de alta performance em Cross Country. É muito gratificante proporcionar essa experiência para os turistas e para os moradores da região”, comentou Adelmo.
A cidade de Axixá também sedia eventos importantes para o esporte, como o Campeonato de Voo Livre, cuja 11ª edição acontece entre os dias 20 e 30 de julho deste ano. O evento já reuniu mais de 130 pilotos do Brasil e do exterior, incluindo competidores da França, Alemanha e Suíça.
A empresária Luana Carreiro também apostou na pratica do esporte. Após iniciar voos duplos na região do Bico do Papagaio em 2020, ela decidiu, em 2024, fazer o curso para se tornar piloto de parapente. “Eu queria viver essa experiência sob meu próprio comando, voar com minhas próprias asas, e consegui. Fiz meu primeiro voo solo e a sensação é indescritível”, relatou.
Babaçulândia
A cidade conta com uma Associação de Voo Livre ativa e uma média de 70 pilotos atuantes. Desde 2020, o crescimento da modalidade tem se intensificado, impulsionado pelo aumento de novos praticantes e pela realização de eventos que atraem pilotos de diversas regiões do Brasil.
Segundo o piloto e instrutor Juliano Sandin, Babaçulândia se destaca pelo potencial para voos de longa distância, a modalidade Cross Country, uma das mais procuradas pelos praticantes. “A cidade proporciona um dos visuais mais belos do país, além de receber pilotos de vários estados, o que fortalece o turismo e movimenta o comércio local”, afirmou.
Palmas
Palmas, capital do Tocantins, também se destaca no cenário do voo livre e conta com uma comunidade ativa formada por três instrutores e 22 pilotos vinculados à associação local. As decolagens ocorrem principalmente nos finais de semana, durante a estação seca.
O instrutor de voo livre e paramotor há 17 anos, Eli Ramos, conta que sua paixão por esportes radicais começou com o paraquedismo. Atualmente, além de realizar voos acrobáticos – modalidade na qual já figurou entre os quatro melhores do Brasil –, ele ministra aulas para alunos de Palmas e de outros estados, como Paraná.
“Ensinar voo livre é ajudar pessoas a realizar um sonho. Elas passam a enxergar o mundo de uma nova perspectiva e conhecem pessoas de diferentes lugares com a mesma paixão pelo esporte”, comentou.
Porto Nacional
Porto Nacional conta com uma rampa localizada no Morro São João. O presidente da Associação de Voo Livre do município, Rogério Ferreira, explica que o vento predominante na região é o Leste, condição que favorece a decolagem contra o vento, essencial para garantir voos mais seguros e de longa duração.
“No voo livre, o vento é nosso grande aliado. Ele é determinante para voos de curta e longa distância, predominando entre maio e setembro. Os voos começam por volta das 10h e se estendem até as 17h30”, disse.
Futuro do voo livre no Tocantins
O crescimento do voo livre no Tocantins reafirma o potencial do estado como um dos principais destinos de turismo de aventura no Brasil. Apesar dos desafios estruturais, como o acesso às rampas, o interesse pelo esporte segue em expansão, atraindo cada vez mais praticantes e impulsionando o desenvolvimento econômico das regiões envolvidas.
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