Em Conferência, entidades sociais entregam carta sobre uso abusivo de agrotóxicos

O documento traz relatos e detalha o uso de agrotóxicos de forma a impossibilitar qualquer iniciativa agroecológica, além de colocar em risco a vida e a saúde das comunidades

Carta foi entregue na terça, 13, durante a Conferência de Saúde do Trabalhador
Descrição: Carta foi entregue na terça, 13, durante a Conferência de Saúde do Trabalhador Crédito: Agência Brasil/Arquivo

Representantes da Coalizão Vozes do Tocantins por justiça climática estiveram na terça-feira, 13, na 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Tocantins, em Paraíso. Durante o evento, eles entregaram carta de denúncia sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos na região do Cantão e afirmaram que essa prática coloca em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras rurais.

 

 

A Coalizão ressaltou que o Brasil vem sendo o país com maior consumo de agrotóxicos desde 2008, em razão da expansão do agronegócio; o que provoca sérios problemas quanto ao uso, como a permissão de agrotóxicos banidos em outros países e a venda ilegal de agrotóxico proibidos em território nacional. Citou também o dado da Organização Internacional do Trabalho (OIT), assinalando que são registradas cerca de 300 mil mortes por ano em decorrência de envenenamento por agrotóxicos.

 

 

A Carta

A carta é assinada também pela Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT), pelo Movimento Estadual de Direitos Humanos do Tocantins (MEDH), pelo Centro de Direitos Humanos de Cristalândia (CDH), pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e pela Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (AMA Cantão). O documento traz relatos e detalha o uso de agrotóxicos de forma a impossibilitar qualquer iniciativa agroecológica, além de colocar em risco a vida e a saúde das comunidades.

 

 

Entre as demandas está a proibição de pulverização aérea por drones ou aviões; a inclusão na Lei Estadual no 1.959 de 14 de agosto de 2008, da proibição da aplicação de veneno nas pindovas e nas palmeiras; a proibição pela ANVISA do uso do glifosato em todo o território nacional e a reclassificação toxicológica para "extremamente tóxico"; o aumento do percentual de taxação dos impostos para os agrotóxicos; e a aprovação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).

 

 

 

Efeitos dos agrotóxicos na saúde

De acordo com a publicação “Atlas dos Agrotóxicos”, da Fundação Heinrich Böll, cerca de 385 milhões de pessoas por ano sofrem intoxicação por agrotóxicos ao redor do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) são impactos primários na saúde de trabalhadores que atuam expostos a agrotóxicos: envenenamento, câncer, neurotoxicidade, desregulação endócrina, distúrbios reprodutivos, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e imunossupressão. Outras doenças também estão relacionadas à essa exposição, que também afeta a qualidade da terra, da água, e com isso toda a população local.

 

 

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