Em meio a greve, Seduc diz que TO paga 2º melhor salário do país a professores

O presidente do Sintet disse que apenas uma parcela da categoria recebe esse salário e que a grande maioria não recebe nem o piso. Roque diz que servidores estão sendo ameaçados de perder o emprego...

Professores em greve
Descrição: Professores em greve Crédito: Divulgação

Em meio à greve dos educadores da rede estadual de ensino a Secretaria de Educação de Cultura (Seduc) divulgou que o Tocantins paga o segundo melhor salário do país para professores efetivos. O valor anunciado é de R$3.233,39, sendo inferior apenas ao salário dos professores do Distrito Federal, conforme informou a Seduc.

No entanto o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), Jose Roque Santiago, informou ao T1 Notícias que esse valor é pago a apenas uma parcela da categoria: os professores com formação em nível superior.

Segundo o Sintet, para os professores de nível médio o Estado não paga nem o piso, que é R$1.797,32. “O professor que só tem nível médio, está em início de carreira, o governo está complementando, por exemplo paga um salário de R$1.400 e complementa a diferença, mais uns duzentos ou trezentos reais”, disse José Roque.

 

Greve

Segundo o presidente do sindicato cerca de 16.500 professores da rede estadual estão paralisados e mais 7.000 servidores administrativos também aderiram à greve. A paralisação atinge aproximadamente 180 mil alunos em todo o Estado.

José Roque explicou que o chamamento foi feito a todas as escolas estaduais do Tocantins, mas que alguns educadores, em regime de contrato, estão sendo pressionados a não participar da paralisação. “Algumas pessoas, contratadas, estão sob pressão psicológica e ainda estão trabalhando”, disse o presidente que revelou ainda que ameaças estariam sendo feitas a esses profissionais. “Eles ameaçam de que se aderir a greve podem perder o emprego, perder o contrato. É pressão psicológica”, enfatizou José Roque.

 

Reunião com Estado

Há uma reunião marcada entre o Sintet e a Seduc agendada para a próxima segunda-feira, 31, mas José Roque disse que “não sei se vão confirmar essa reunião”.

O presidente destacou que o governo pode chamar a categoria para uma reunião a qualquer momento e que “caso apresentem uma proposta decente, colocaremos para apreciação dos servidores e podemos suspender a greve. Mas se não cumprirem nós voltamos de greve de novo”. José Roque afirmou ainda que as propostas apresentadas pelo governo são muito superficiais e que por isso a categoria deflagrou a greve.

 

Nota - Seduc

Conforme solicitação deste veículo de comunicação, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) reitera que muitas das reivindicações do Sindicato já tiveram encaminhamentos e receberam propostas do governo do Estado através da Seduc e da Secretaria de Estado da Administração (Secad). Desta forma o diálogo com o Sintet continua, já que há uma reunião marcada para o próximo dia 31.

Dados da Seduc a partir de informações das Diretorias Regionais de Gestão e Formação (DRGFs) mostram que 32,4% das escolas estaduais não aderiram ao movimento do Sintet, havendo aulas normalmente em todas as regiões do Estado e em diferentes municípios. Cerca de 66,1% das escolas aderiram ao movimento e 1,5% aderiram parcialmente, havendo aulas em parte das disciplinas.

As escolas que estão sem aulas terão que repor os dias letivos perdidos para que o movimento do Sindicato não atrapalhe o andamento do calendário escolar de 200 dias letivos e o aproveitamento dos estudantes.

Cada escola tem autonomia para organizar seu calendário de reposição, o que geralmente é feito considerando aulas aos sábados e, se for necessário, em parte do período de férias, em julho.

 

(Atualizada às 12h08 com inserção da nota da Seduc)

 

Saiba mais:

35 mil educadores do TO cruzam os braços por 3 dias: reunião pode definir greve

Educadores da rede estadual deflagram greve: servidores cruzam os braços na 2ª

Educadores acusam presidente do Sintet de usá-los politicamente:Roque se defende

Governo tenta evitar greve dos educadores e oficia Sintet sobre propostas

Comentários (0)