Os valores aplicados pelo Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) que já são dados como perdidos somam mais de R$ 265 milhões, segundo declarou o presidente do Igeprev, Jacques Silva, na tarde desta sexta-feira, 30.
“São fundos perdidos porque não tem patrimônio e os responsáveis foram os que passaram por aqui na condição de presidente e de diretor de administração”, afirmou. O presidente também disse que está fazendo um levantamento de todas as aplicações: “Tem coisas sumidas por aí, fundos sem rentabilidade, estamos analisando todos pra ver o que é possível recuperar. Se for possível, vamos atrás”.
Sobre o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) do Tocantins, Jacques disse que "o Ministério tem pouca vontade com o Tocantins. Vou chegar lá, conversar e pedir a Certidão, pois estamos tomando as providências para obtê-la".
Confira alguns dos fundos apresentados como “perdas definitivas”:
Roma FI RF CP – Previdenciário – R$ 14.725.68,43
Adinvest Top FI RF – R$ 3.460.755,97
Diferencial RF Longo Prazo – R$ 64.786.398,65
FI RF Elo – R$ 14.964.689,11
Totem FI RF II – R$ 201.063,48
Posse de membros do Conselho Administrativo
Sete representantes do Governo, nomeados no Diário Oficial, participam do Conselho Administrativo do Igeprev e foram empossados nesta sexta-feira. Dentre eles, o secretário da Administração, Gefferson Oliveira, e o secretário-chefe da Casa Civil, Télio leão Ayres.
O presidente do Conselho é José Carlos Rodrigues Bezerra. O Conselho Fiscal é presidido por Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas e é composto por três pessoas. No total, 14 pessoas fazem parte do Conselho. O governador Marcelo Miranda não esteve na posse.
Conselho atuante
O presidente do Igeprev, Jacques Silva, disse que quer um conselho atuante. “Não queremos um Conselho de faz de contas. Quero a participação do Conselho nas decisões mais complexas. Vamos, ainda, estabelecer um calendário de reuniões. Não quero acusar o passado, mas poucos conselheiros participaram”, declarou.
Ainda de acordo com Jacques, “o Governador recomendou esse Conselho e estamos inaugurando uma nova administração. Nosso orçamento referente às aplicações não foi aprovado e, por isso, estamos pendentes junto ao Ministério da Previdência Social. Não se admite que se espalhe dinheiro dos funcionários em 54 Fundos irregulares, como aconteceu”.
Jacques Silva disse ainda que irá reestruturar o Comitê de Investimentos do Instituto.
O presidente do Conselho Administrativo, José Carlos Rodrigues Bezerra, disse que “esse momento difícil deve ser superado com a atuação de representantes de todas as categorias no Conselho”.
Politica de investimentos para 2015
O diretor de investimentos, Marcos Antônio Orcine dos Santos, apresentou a Política de Investimentos para 2015. Conforma a proposta, haverá relatórios mensais com as informações. O IPCA será de 6% ao ano. O Modelo de Gestão será próprio e misto, com contratação de consultoria com as maiores instituições financeiras, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Em resumo, a política optará por aplicações conservadoras.
Jacques Silva pediu a confiança dos membros do Conselho para a aprovação da Política, porque tem pressa em regularizar a situação do órgão junto ao Ministério da Previdência Social (MPS), já que o Estado está impedido de realizar operações, empréstimos e convênios. “Estamos pedindo um voto de confiança porque não podemos pagar por erros do passado”.
Na votação da Política, o secretário de administração, Gefferson Barros, que votou pela aprovação, disse que “por conhecer a conduta da presidência deste Instituto e por recomendação do nosso Governador, tenho certeza que aqui faremos o certo. Além da confiança, temos consciência da nossa responsabilidade e do que é certo”.
O plano anual de investimentos foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros. Marcos Antônio Orcine disse que está fechando um levantamento do balanço relativo ao ano passado.
A próxima reunião será no dia 25 de fevereiro.
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