Chega ao quarto dia a paralisação dos profissionais da Litucera, que prestam serviços de alimentação, limpeza e lavanderias nos hospitais públicos do Estado. Em ofício apresentado no último dia 8 deste mês, a empresa avisou ao governo do Tocantins que estava enfrentando dificuldades para honrar os compromissos com funcionários e fornecedores, após atrasos nos repasses mensais devidos pela Secretaria de Saúde, o que sem solução imediata, ocasionou na paralisação parcial dos serviços.
No ofício, a que o Portal T1 Notícias teve acesso com exclusividade, a empresa explica à Sesau que as dificuldades enfrentadas nesses primeiros meses de 2016 se dão, dentre outros motivos, porque a quantia que deveria ter recebido era de R$ 27,9 milhões, referentes a janeiro, fevereiro e março, porém, foram creditados cerca de R$ 16,6 milhões, deixando um déficit superior a R$ 11,2 milhões.
O presidente da Litucera, Edson Gabriel da Silva, disse ainda no ofício que a empresa ainda tem pendente para receber do governo do Estado, referente à prestação de serviços em 2014, durante o governo de Sandoval Cardoso, mais de R$ 75 milhões, "pendentes de recebimento, o fluxo de caixa da empresa ora peticionária restou totalmente inviabilizado para manter os serviços na normalidade, vindo a prejudicar inclusive a capacidade da empresa em solver os salários e benefícios dos funcionários nas datas legais".
Além disso, Edson Gabriel da Silva informou no oficio à Sesau que somente em dívidas com fornecedores locais já somam mais de R$ 14,6 milhões, o que impede o fornecimento de materiais indispensáveis. A empresa então destacou, sete dias antes da paralisação iniciar, que “estaria suspendendo os serviços contratados ainda no dia 12 desse mês, até que a dívida seja quitada”.
Ao Portal T1 Notícias, a Secretaria de Saúde reforçou nesta segunda-feira, 18, o que disse em nota na manhã de sábado, 16, informando que pagará uma primeira parcela nesta terça-feira, 19, e uma segunda parcela na quarta-feira, 20. A Sesau ainda disse que os profissionais da Litucera tem mantido o quantitativo de 30% de funcionários trabalhando nos hospitais, conforme preconizado por lei. Quanto ao pagamento dos outros R$ 75 milhões herdados do governo passado, a Sesau ainda não se manifestou.
Mães limpam Hospital Infantil
Enquanto continua o impasse entre Litucera e governo do Estado, mães de crianças internadas no Hospital Infantil em Palmas, temendo que seus filhos sejam prejudicados com a falta de limpeza na unidade, estão promovendo por conta própria os serviços de higienização das instalações.
Conforme relatou um servidor do Hospital, que pediu para ter sua identidade preservada, a situação é complicada porque há salas onde há crianças com bactérias que podem se alastrar. “A enfermagem explicou para as mães que elas não podiam limpar porque estão sem os equipamentos de proteção, mas elas limparam. E teve mãe limpando quarto de paciente toda colonizada por bactéria, isso pode contaminar muita coisa”, explicou a fonte.
O T1 Notícias entrou em contato novamente com a Sesau para buscar um esclarecimento quanto à falta de limpeza no local e o que pode ser feito, mas até o momento não houve retorno. O espaço continua aberto.
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