Problemas na comunicação, falta de informação, oscilação na rede de energia elétrica em municípios do interior do Tocantins e falta de investimentos, foram algumas das demandas abordadas na reunião do Sistema Estadual de Defesa do Consumidor (SEDC), na manhã desta sexta-feira, 25, com a participação da Energisa.
A empresa foi questionada das dificuldades encontradas pelos consumidores no atendimento e solução dos problemas junto à concessionária de energia. Foram citados os municípios de Lavandeira e Cristalândia como exemplos, devido as diversas reclamações feitas pelos moradores. Os números de reclamações contra a Energisa, registrados no órgão, foram destacados.
A Energisa, por sua vez, ressaltou que pautada pelo compromisso com seus clientes e pela transparência, compareceu a reunião para falar da sua atuação no Estado nesses quase cinco anos em que está responsável pela distribuição de energia elétrica. "A decisão da empresa em estar presente ao encontro foi uma demonstração de respeito aos órgãos do sistema de defesa do consumidor e do desejo de ouvir os apontamentos para melhorar a prestação de serviços. Mas, diferente do esperado, a empresa foi surpreendida com informações que não condizem com o teor da reuniã", disse em nota enviada à imprensa.
Segundo a concessionária, as deliberações da reunião ocorreram de forma amistosa e em comum acordo entre a Energisa e os membros do SEDC, que acordaram que em dez dias a empresa enviará informações técnicas e de comunicação. Não havendo, em momento algum, cobranças ou pressões, mas sim um pedido de informações conforme bem explanado no material produzido pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Tocantins.
Casos específicos
Em relação ao caso de Lavandeira, que aconteceu no final do ano passado, quando uma sobrecarga pelo aumento indevido do consumo de um cliente gerou um problema de tensão, o mesmo foi resolvido pela empresa, antes da notificação expedida pelo Procon. Além disso, outra situação citada foi a de um ente público que aumentou a carga de consumo sem informar à distribuidora e, assim, provocar a sobrecarga, que foi trocado também sem notificação. Ambas as situações foram resolvidas com a substituição de equipamentos e os dados, encaminhados anteriormente ao Procon e agora serão direcionados também ao SEDC.
Quanto a Cristalândia, a empresa destacou que segue o orientado pela Resolução, de cunho federal, nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, que exige que para ser classificado como cadastro rural é necessário que o cliente comprove a atividade rural. Neste caso, o coordenador do SEDC entendeu que é preciso flexibilizar as normas de classificação, uma vez que estando na zona rural já seria rural. Mas os representantes da empresa explicaram que a distribuição de energia é um serviço regulado e que precisa obedecer a legislação e que nem sempre uma propriedade localizada em área rural destina-se a fins rurais, podendo ser apenas uma casa de classe alta no campo, e que não precisa de subsídio do governo. Por isso, a ANEEL pede a comprovação e o cumprimento da resolução.
Por fim, a empresa reiterou que "compromissada com a transparência e a melhoria contínua da sua prestação de serviços, a Energisa aprimorou seu processo de comunicação, tendo mudado sua estratégia para assim alcançar todos os clientes, independentemente de onde estejam localizados. Para isso, ampliou o trabalho de disseminação de informação utilizando meios alternativos a exemplo do carro de som e ainda, as mídias tradicionais como rádios e o ambiente digital como sites e redes sociais".
A Energisa garantiu que já está preparando todas as informações técnicas e de comunicação para encaminhar ao SEDC no prazo acordado.
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