Escola Estadual Padre José Anchieta lidera Prêmio Escola que Transforma 2024

Localizada no distrito de Dorilândia, a escola conquistou o 1º lugar em três categorias e destacou-se com projetos que valorizam a cultura indígena, a inclusão e a saúde da comunidade

Crédito: Seduc/Governo do Tocantins

Este ano, a vencedora do Prêmio Escola que Transforma é a Escola Estadual Padre José Anchieta, localizada no distrito de Dorilândia, em Sandolância, que ficou em 1º lugar em três categorias. A instituição se destacou na modalidade Educação do Campo e Educação Quilombola, com projetos que apresentaram excelentes resultados no ensino e na aprendizagem. O Prêmio Escola que Transforma integra as ações do Programa de Fortalecimento da Educação (Profe), uma iniciativa do Governo do Tocantins com o objetivo de valorizar as boas práticas da educação tocantinense.

 

A Escola Estadual Padre José Anchieta foi premiada na categoria escola estadual, educação do Campo, ensino fundamental anos iniciais, com o projeto “Saberes Indígenas na Escola do Campo Encontro com as Tradições dos Javaés”, desenvolvido pelo professor Isaque Nascimento de Jesus Carneiro. E na mesma categoria, sendo no ensino fundamental anos finais, com o projeto “Libras no Campo – conhecer, aprender, respeitar e incluir”, com a professora Aizam Cristina Alves da Silva. O outro projeto é “Conectando Gerações e Promovendo Saúde”, do professor Luan Alves de Sá, que venceu na categoria ensino médio. 

 

A diretora Jacirene Pereira Passarinho disse que está muito feliz com essa conquista. “Estamos extasiados de alegria, nossa escola está em destaque, e isso é motivo de grande orgulho para todos. Esses projetos premiados destacam as competências e talentos individuais dos profissionais Aizam, Luan e Isaque e também refletem o espírito colaborativo e o compromisso com a educação que cultivamos aqui todos os dias. Quero agradecer a todos os membros da nossa equipe e aos nossos estudantes protagonistas pela dedicação e esforço. Essa é uma conquista de toda a comunidade escolar”, esclareceu.

 

Saberes indígenas

O projeto Saberes Indígenas na Escola do Campo teve o seu auge, no dia 19 de abril, na celebração do Dia dos Povos Indígenas. Na ocasião, a escola promoveu uma palestra com a liderança indígena Teixiby Javaé (Valdemir Filho), que abordou as lutas, conquistas e desafios enfrentados pelos povos indígenas no Brasil. O evento também contou com a presença de membros da etnia Javaés que apresentaram uma dança e compartilharam a arte dos grafismos em pintura corporal. Além disso, foi realizada uma entrevista com um indígena ancião com perguntas sobre sua cultura, tradição e a educação indígena.

 

No desenvolvimento do projeto ficou evidente a importância do protagonismo juvenil. “O Dia dos Povos Indígenas é uma data marcante, representa a lembrança das lutas e conquistas dos povos indígenas em seu território e as escolas desempenham um papel essencial para promover o respeito, a valorização e o reconhecimento das culturas, tradições e contribuições dos povos indígenas”, afirmou o professor de Isaque, que leciona História.

 

E sobre o prêmio, o professor Isaque destacou a sua importância. “Esse prêmio representa uma valorização imensa e o reconhecimento do trabalho coletivo desenvolvido na escola. Ele destaca a importância de ações que realmente transformam a vida dos estudantes, promovendo aprendizagens significativas e fortalecendo o protagonismo dos alunos. O apoio da comunidade escolar foi essencial para a construção de iniciativas que, além de enriquecerem a experiência educacional, resgatam e reforçam a relevância da cultura dos povos indígenas. Esse reconhecimento nos inspira a continuar promovendo uma educação inclusiva, transformadora e conectada às nossas raízes culturais, evidenciando que a escola é, de fato, um espaço de mudança e de respeito à diversidade”, concluiu Isaque.

 

A estudante Larissa Geovanna Gomes Fontoura, 14 anos, do 9º ano do ensino fundamental, disse que o projeto lhe despertou muito interesse. “Eu gostei de conhecer mais sobre as danças, pinturas, comidas típicas e roupas tradicionais dos povos indígenas, como também sobre denominações e linguagens. Com a ação conheci mais da cultura dos Javaés, aprendemos a respeitar mais as culturas indígenas e a valorizar o que eles representam para a nossa história e sociedade”, ressaltou.

 

Libras no campo

De acordo com a professora Aizam Cristina, esse projeto apresentou resultados excelentes. “O objetivo além de aprender Libras, foi promover a interação e a comunicação entre os estudantes e colegas surdos. E ao mesmo tempo, essa proposta traz uma mudança de postura em relação à inclusão”, explicou.

 

Por meio do projeto foram desenvolvidas oficinas de Libras, que inicialmente, foi desenvolvida com os estudantes, e depois, com professores e servidores da escola. O projeto foi alcançando tamanho resultado, que foi compartilhado com docentes e alunos da Escola Municipal Pequeno Príncipe e com servidores do posto de saúde.

 

“Minha intenção com este projeto é criar um precedente que poderá ser mantido a longo prazo, a fim de gerar inclusão a qualquer estudante surdo que, por ventura, possa frequentar a Escola Padre José de Anchieta. A simplicidade das minhas práticas leva-me a crer que elas poderiam facilmente ser implementadas em todas as escolas da rede estadual de ensino. Embora tais ações tenham sido realizadas em um curto período de tempo, já é possível observar resultados muito positivos. Uma pessoa que aprende Libras pode ensinar outras, e estas continuar ensinando e assim cria-se uma rede de inclusão”, frisou a professora Aizam Cristina.

 

A estudante Isabella Pontes de Sá, 13 anos, disse que gostou de participar do projeto. “Eu aprendi muito, desde os mínimos detalhes. Eu destaco o desempenho de todos os envolvidos em se comprometer com o projeto”, frisou.

 

Conectando Gerações

O professor Luan, de Educação Física, explicou que o objetivo principal do projeto foi melhorar a qualidade de vida dos idosos da comunidade de Dorilândia, através de um programa de exercícios físicos adaptados, promovendo saúde, autonomia e inclusão social.

 

O desenvolvimento do projeto começou com visitas aos idosos e uma avaliação física detalhada de cada um. Depois, foram realizadas atividades físicas personalizadas. Essas atividades incluíram exercícios de fortalecimento muscular, mobilidade, equilíbrio e reabilitação de lesões, com o intuito de prevenir doenças crônicas e melhorar a capacidade funcional dos idosos.

 

“Com base nas avaliações dos idosos, foram desenvolvidos planos de exercícios personalizados para cada participante. As atividades foram realizadas nas casas dos idosos, garantindo uma abordagem humanizada e respeitosa às suas limitações e necessidades”, afirmou o professor Luan.

 

E como resultado, houve a promoção do bem-estar físico dos idosos, promoveu mais alegria, fortalecimento emocional e uma nova perspectiva para os estudantes protagonistas envolvidos.

 

“A interação direta entre os estudantes e os idosos foi um elemento central do projeto, promovendo a troca de conhecimentos, experiências de vida e fortalecimento dos laços intergeracionais. Esperava-se que os idosos se sentissem valorizados e integrados à comunidade, reduzindo o sentimento de isolamento. Foi um exemplo claro de como a educação pode transcender as salas de aula e se tornar um agente de mudança positiva na sociedade”, contou o professor.

 

O estudante Diego Passarinho Moura, 18 anos, fala de suas aprendizagens. “Eu aprendi que devemos dar mais atenção aos idosos. Esse projeto foi importante para unir mais as pessoas e a valorizarmos a beleza da diversidade”, comentou.

 

Prêmio Escola que Transforma

O prêmio tem o objetivo de valorizar as escolas públicas e os profissionais que se destacaram pela competência no processo de ensino e de aprendizagem.

 

Como premiação, a escola que teve projetos selecionados em 1º lugar, receberá o valor de R$ 30.000,00, os professores contemplados receberão cada um o valor de R$ 10.000,00 e os estudantes envolvidos nas ações poderão receber o valor de R$ 1.000,00.

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