Em ato publicado na edição do Diário Oficial do Estado de quarta-feira, 12, o secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, revogou a partir de 7 de dezembro deste ano, outro ato que mantinha a enfermeira Alciany Chaves de Melo Feitoza cedida à Secretaria-Geral de Governo. Ela é investigada pela Polícia Civil, que cumpriu mandados no Palácio Araguaia, no dia 7, como parte da operação Catarse, iniciada pela Delegacia de Investigação Criminal (Deic) de Araguaína, contra casos de funcionários fantasmas no governo.
A operação começou com o caso de Alciany e de outra servidora, Kátia Borba Neves, que supostamente teriam causado prejuízos aos cofres públicos no valor de R$ 310 mil. Em coletiva à imprensa, após o cumprimento dos mandados, a Polícia Civil informou que encontrou indícios de que a Secretaria-Geral de Governo tenha cerca de 300 funcionários fantasmas.
Os servidores da Secretaria-Geral de Governo prestam serviço nas dependências do Palácio Araguaia, na manutenção da Praça dos Girassóis, no Hangar do Estado, na estrutura do Governo no Parque Estadual do Cantão e no Escritório de Representação em Brasília.
Alciany é concursada do Estado como enfermeira e trabalhava no Hospital Regional de Araguaína. Em junho de 2017 ela foi cedida à Secretaria-Geral de Governo, mas desde então estaria cursando medicina em uma universidade em Ciudad Del Este, no Paraguai, e ainda recebendo seus salários normalmente.
A polícia informou que, após contato com a Interpol, foram requisitados documentos da universidade, comprovando que a servidora está matriculada e fazendo o curso regularmente. Outro ponto destacado pela polícia são as postagens de Alciany nas redes sociais, mostrando momentos no outro país, quando deveria estar cumprindo sua jornada de trabalho. A jovem recebia em média R$ 4 mil por mês e teria gerado prejuízo aos cofres públicos de R$ 60 mil.
O T1 Notícias não conseguiu contato com a servidora citada na matéria, mas reforça que deixa o espaço aberto para pronunciamentos e esclarecimentos.
Estado abre sindicância
A titular da Secretária-Geral de Governo, Juliana Passarin, instaurou, por um período de um ano, uma Comissão Permanente de Sindicância, no âmbito da SGG, para apurar irregularidades na prestação do serviço público. A portaria foi publicada na edição dessa quarta-feira, 12, do Diário Oficial do Estado (DOE).
“É importante salientar que, ao assumir a gestão, a secretaria contava com 1.020 servidores, atualmente 608 integram o quadro da pasta e a redução se deu com a extinção de cargos em comissão visando à redução de despesas”, disse Juliana Passarin.
Recadastramento dos servidores
A partir da próxima semana, de 18 de dezembro a 28 de fevereiro de 2019, terá início o recadastramento de todos os servidores do Poder Executivo. A medida possibilitará à gestão obter informações atualizadas sobre o local de trabalho e as atividades desenvolvidas por cada servidor. O recadastramento ocorrerá em duas etapas, sendo a primeira de forma virtual e, posteriormente, presencial de documentos, sendo esta última processada na região em que esteja lotado o servidor, com objetivo de facilitar o acesso à entrega dos documentos. Os servidores que não participarem do recadastramento terão o pagamento suspenso.
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