Após 10 anos do assassinato do estudante de Agronomia Vinícius Duarte de Oliveira, o réu Fábio Pisoni foi condenado pelo crime a 34 anos de prisão em regime fechado. A sentença foi proferida na madrugada desta quarta-feira, 25, após quase 17 horas de julgamento em Tribunal do Júri realizado na cidade de Gurupi. A sessão, que teve início às 8h30 de terça, estendeu-se até a 1h30 de hoje.
Antes mesmo das oito horas da manhã de ontem, uma longa fila já se formava na porta do Fórum de Gurupi. Estudantes do curso de Direito, parentes e a comunidade local se reuniram para acompanhar o julgamento. O Tribunal do Júri contou com um corpo formado por sete jurados. A sessão foi conduzida pelo juiz de Direito Ademar Alves Filho. Foram ouvidas sete testemunhas, sendo três de acusação e quatro de defesa.
Pisoni chegou a ficar foragido entre os anos de 2008 e 2012 e foi preso duas vezes, mas sua defesa obteve habeas corpus na Justiça. O julgamento de ontem ocorreu após ter sido remarcado outras cinco vezes, por força de recursos apresentados pela defesa.
“Ao final do julgamento, com a condenação do acusado, o Ministério Público pleiteou o cumprimento imediato da pena, com o recolhimento de Fábio Pisoni. O Juiz Ademar Alves Filho acolheu o pedido e determinou o cumprimento imediato da sentença, fundamentado nas decisões mais recentes do Supremo Tribunal Federal, mesmo cabendo recurso por parte da defesa, uma vez que o réu respondia o processo em liberdade”, comentou a Promotora de Justiça Ana Lúcia Bernardes.
Os advogados do réu entrarão com novo pedido de habeas corpus para que Pisoni possa recorrer em liberdade, mas assim que a sentença foi lida o réu foi transferido para o Centro de Ressocialização Luz do Amanhã, em Cariri do Tocantins, onde começa a cumprir a pena.
Os crimes aconteceram na cidade de Gurupi. De acordo com a denúncia criminal, Fábio Pisoni teria efetuado vários disparos de arma de fogo contra o carro em movimento no qual estavam duas vítimas e outras pessoas. O motivo teria sido uma discussão iniciada em uma festa. A vítima fatal, o estudante, tinha 21 anos, e foi atingido por dois tiros, sendo um deles no coração. Já Leonardo Veloso Melo, a outra vítima, sofreu lesões na cabeça, mas recuperou-se.
O réu foi acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) pela prática de homicídio triplamente qualificado, por tentativa de homicídio triplamente qualificado e por porte ilegal de arma de fogo. As qualificadoras para os crimes consistiam em motivação fútil, no uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e na exposição a riscos de outras pessoas que se encontravam no veículo que foi alvejado e na via pública onde ocorreram os disparos.
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