A sétima edição da Festa da Colheita do Capim Dourado se inicia nesta sexta-feira, 18, com uma programação que fortalece a cultura da comunidade tradicional do Mumbuca e promove a conscientização dos visitantes sobre a importância do capim dourado, matéria-prima para os artesãos locais e principal fonte de renda do povoado. O evento segue até domingo, 20, dia em que se inicia a colheita do capim.
A programação para os três dias de evento conta com atividades voltadas para as comunidades locais, como palestras que buscam discutir e conscientizar sobre a importância do manejo correto do capim. “As palestras são de extrema importância no evento, tanto para a comunidade Mumbuca quanto para as comunidades vizinhas”, conta Léia Gomes, membro da equipe organizadora da Festa da Colheita.
Segundo ela, a comunidade se prepara para receber cerca 600 visitantes durante todo o evento. Além de conhecer como vive a comunidade, os visitantes poderão observar como se dá o processo de elaboração do artesanato de capim dourado, desde a colheita. “O guia vai levar as pessoas ao campo, onde poderão acompanhar a colheita, como observadores, e depois a produção do artesanato”, explica Léia. Ela lembra que estão autorizados a colher o capim apenas os artesão filiados e extrativistas, com documento oficial expedido pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
Ainda haverá momentos em que os visitantes poderão interagir com a comunidade e conhecer melhor suas tradições e cultura, principalmente aquelas ligadas ao capim dourado. “Nosso objetivo é que eles vejam a nossa cultura e também a nossa maneira de preservar o capim, que é fundamental para a comunidade”, reforça Léia Gomes.
Programação
Dia 18 - Sexta-feira
Os participantes iniciarão o evento com um café da manhã realizado na igreja matriz da comunidade. Após, será realizada uma visita guiada ao campo de coleta, café e prosa com artesãos e demonstração de como é feito o artesanato.
À tarde, haverá palestras, ou rodas de conversa, sobre o Selo de Origem do Capim Dourado e sobre o Manejo do Capim Dourado. Ainda haverá uma partida de futebol entre as comunidades.
A abertura do evento ficou para o início da noite, com jantar e mostra de filmes, documentários e apresentações culturais.
Dia 19 – Sábado
Pela amanhã será realizado o Encontro das Amazonas, com representantes das comunidades locais. Depois, os visitantes farão o Roteiro de Base Comunitária, no qual conhecerão como é feita a colheita e o artesanato de capim dourado. Encerrando a programação da manhã, haverá uma apresentação com indígenas Xerentes, quando os participantes poderão fazer pintura corporal.
No período da tarde, as rodas de conversa seguirão abordando os temas: Sociobiodiversidade e as Comunidades Tradicionais e os Direitos das Comunidades Tradicionais nas unidades de conservação. Encerrando a programação da tarde, haverá uma corrida de cavalos das comunidades.
O ponto alto na programação de sábado está na Noite Cultural, na qual a comunidade preparou show musical com cantores locais e visitantes, como Dorivan Borges e Leo Pinheiro; apresentação teatral; desfile das artesãs e cantigas de roda.
Dia 20 – Domingo
A programação de domingo se inicia com café da manhã e depois segue para a colheita do Capim Dourado no campo de veredas.
Colheita
A liberação do período de colheita e autorização para que extrativistas e artesãos possam fazê-la é de responsabilidade do Naturatins. Este ano o período para a colheita será de 20 de setembro a 30 de novembro. A regulamentação visa garantir o manejo sustentável do capim dourado, como forma de preservação e controle de sua retirada, prevenindo a ação de atravessadores e ainda a sua comercialização ilegal.
Tradição
A Festa da Colheita do Capim Dourado se tornou uma tradição para as comunidades locais. O evento é uma realização da Associação dos Artesãos do Povoado Mumbuca, e este ano conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), e de outros parceiros que têm nesse recurso natural sua fonte de sobrevivência.
O objetivo do evento é conscientizar visitantes, mas principalmente, a comunidade sobre o manejo correto do capim permitindo seu uso sustentável, devido a sua importância econômica e cultural. “O foco da festividade é o capim”, destaca Léia Gomes.
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